domingo, 3 de janeiro de 2010

Trabalho de conclusão de curso

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Memorial apresentado ao curso de pedagogia Programa Especial de Formação de Professores em Exercício como um dos pré-requisitos para conclusão da licenciatura em Pedagogia.

Dedico esse trabalho a todos que ainda acreditam na força transformadora da educação.

AGRADECIMENTOS
A meus pais pela educação que me deram, baseada na moral e bons costumes.
A meus filhos, Érica, Junior e Pedro Márcio que conseguiram entender as vezes que eu não tinha tempo para eles.
A meu marido Márcio, pelas noites que dormiu tarde me ajudando nos trabalhos da faculdade.
A todos que de uma forma ou de outra, contribuíram para minha formação.
Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de descriminação.
Paulo Freire
APRESENTAÇÃO
Neste trabalho, procurei fazer uma reflexão sobre minha formação como profissional da educação e como aconteceu a formação acadêmica; o magistério e como cheguei ao curso de pedagogia. Também procurei fazer um resgate de como surgiu o sentimento da infância construído ao longo da história e o surgimento das instituições de educação e sua chegada ao Brasil. O leitor encontrará também uma reflexão sobre a influência da minha infância na minha prática como professora.
Apresento ainda as implicações trazidas pela pós-modernidade na vida de nossas crianças e exemplos de atividades práticas desenvolvidas na escola onde atuo como professora. Boa leitura.

COMO CHEGUEI À UNIVERSIDADE E COMO ME TORNEI PROFESSORA
Sou professora de educação fundamental da rede municipal de ensino de Quijingue e aluna do curso de pedagogia da UNOPAR Como exigência deste curso terei que escrever um memorial de formação como trabalho de conclusão de curso.
Então vamos a ele. Iniciei este curso, com muitas dificuldades antes, porém gostaria de dizer o quanto estou feliz em fazer parte deste grupo de professoras e ter o privilegio de cursar um curso superior mesmo a distancia, é a realização de um sonho.
Este curso surgiu devido a uma exigência da LDB de 96, que afirma que todo docente deveria ser formado em nível superior. Estabelecendo um prazo de dez anos da data da publicação para que se cumpra essa exigência.
Porém sei que este curso só se tornou possível, graças a um grupo de corajosos professores, que sendo sabedores que os problemas da educação no Brasil se agravaram e que as carências educacionais projetam um futuro nada promissor para nosso país, pois aqui o aprimoramento pessoal é relegado, enquanto que a massificação e utilitarismo se impõem. E foi neste contexto que este grupo de professores, conscientes do importante papel social que desempenham não se deixaram abater diante das dificuldades encontradas. Sei que os problemas da educação não se resolverão apenas porque estamos concluindo uma formação em nível superior, pois ao longo desse curso, aprendi que muitas são as implicações que emperram o sistema educacional neste país.
Mas sei também que se cada um de nós fizer nossa parte, muitas coisas podem ser melhoradas e esse curso pode contribuir e muito para essa melhoria. Isso me faz lembrar a fala da professora Cida Gozo quando ao nos dar as boas vindas durante a aula inaugural, disse que nenhum de nós seria os mesmos após passarmos por este curso. Devo dizer que, no que me diz respeito ela estava absolutamente correta. Hoje posso dizer que sou uma nova pessoa, novos horizontes se abriram em minha frente, graças aos conhecimentos adquiridos ao longo do curso, posso ver com clareza coisas que para mim pareciam distantes, de difícil compreensão.
Retomando a minha tarefa de escrever um memorial, devo confessar que a idéia me assusta um pouco, temo não estar preparada para isso devido à educação que recebi de meus professores durante minha vida escolar. Pois se tratava de um ensino tradicional, onde o aluno era educado para ser um ser que obedecia sem questionar, e os que fossem exceção à regra eram considerados como alunos indisciplinados. Mas não os culpo por isso, pois após estudar a história da educação descobri que a escola sempre esteve empenhada na preparação de mão de obra para o mercado de trabalho e certamente o perfil de trabalhadores para o mercado da época a que eu me refiro era de pessoas obedientes, submissas. Mas acredito que todos eles (meus professores) acreditavam estar realizando seu trabalho da melhor forma possível, pois essa era a ideologia da época.
Mas encararei o desafio e convido você para fazer comigo uma reflexão em torno da educação fundamental área que atuo desde o inicio como profissional da educação. Que se deu através de um concurso no ano de 1999.
Nessa ocasião a formação exigida para o exercício da função era uma formação especifica na área do magistério.
Nesta época meu concurso era em Técnico de Enfermagem, No entanto, logo que tomei posse assumi uma turma de alfabetização. Um ano depois de estar trabalhando ingressei como coordenadora que por sinal foi uma grande oportunidade, com uma grade curricular diferenciada. Lembro-me que na ocasião trabalhei no Proformação como tutora tendo que estudar e dedicar muito mais. O curso de pedagogia contribuiu muito para a minha formação profissional, pois a sua grade curricular já contemplava as novas diretrizes para a educação. E com minha volta aos estudos na pós-graduação que se deu devido à necessidade que eu sentia em adquirir conhecimento acerca de minha profissão, para que eu pudesse oferecer às crianças um atendimento de melhor qualidade, uma melhor compreensão de como se aprende e o porquê das dificuldades de aprendizagem, com disciplinas específicas na área principalmente as teorias de Vygotsky e Piaget, que tratam do desenvolvimento infantil passaram a contribuir muito em minha prática pedagógica e ter um novo olhar para essas dificuldades.

CONHECENDO A HISTÓRIA PARA COMPREENDER O PRESENTE
Estudando sobre a importância da história, aprendi que é preciso conhecer o passado para melhor compreender o presente. E é com base neste pressuposto que pretendo aqui fazer uma viagem pela história, abrangendo as concepções de infância a partir da idade média, para que possamos compreender as nossas crianças de hoje que alguns autores chamam de crianças pós - moderna.
Não existia sentimento de infância, as crianças eram consideradas como adulto em miniatura. E a aprendizagem acontecia através do convívio social, ou seja, as crianças aprendiam interagindo com os adultos.
Vygotsky nos remete a discussão sobre a questão da brincadeira e de sua importância no contexto escolar. Segundo ele a brincadeira tem função significativa no processo de desenvolvimento infantil, criando uma zona de desenvolvimento proximal, justamente porque, através da imitação realizada na brincadeira, a criança internaliza regras de conduta, valores, modos de agir e pensar de seu grupo social, que passam a orientar o seu próprio comportamento e desenvolvimento cognitivo. Assim, o brincar não só possibilita o desenvolvimento de processos psíquicos por parte das crianças como também serve como um instrumento para conhecer o mundo físico e seus fenômenos, os objetos (e seus usos sociais) e, finalmente entender os diferentes modos de comportamentos humanos, os papéis que desempenham como se relacionam e os seus hábitos culturais (REGO, 1992, p.7).
Ainda segundo Vygotsky, a conduta coletiva da criança não só ativa e exercita as funções psicológicas, como é a fonte do surgimento de uma forma totalmente nova de conduta. Diante disso, nós os profissionais de educação infantil, devemos organizar um espaço que possibilite uma vivência de atividades lúdicas e criativas, contemplando a criança em todas as dimensões humanas. Garantindo assim um ambiente de vida num contexto educativo, permitindo que se expresse de diferentes formas e intensidade seus sentimentos e emoções. Assim, acredito que estaremos criando condições adequadas para a construção da cultura infantil, produzida pelas crianças, entre elas e no convívio com os adultos e com o mundo adulto e dessa forma contribuirmos para um desenvolvimento saudável de nossas crianças.

A INFLUÊNCIA DA MINHA INFÂNCIA NO MEU TRABALHO
Lembro-me com saudades, da minha infância, belos tempos que não voltam mais. Mas que se fosse possível fazer uma viagem de volta no tempo, com certeza não mudaria nada do que vivi na minha infância.
Gostaria de poder transmitir para o papel toda poesia que vivi na minha infância. Das brincadeiras, das musicas, das historias que meus pais contavam. Ah, como aqueles momentos nos proporcionam belas lembranças. Lembro-me que ao anoitecer, sentávamos perto de um fogão de lenha eu e algumas colegas, primos e tios e ouvíamos lindas histórias que nos contavam. Suas histórias eram recheadas de emoções, através delas conhecemos o bem e o mal, sentíamos alegrias e tristezas. Conhecemos príncipes e princesas, monstros e bruxas malvadas. Mas uma coisa, todas tinham em comum, o bem sempre vencia o mau, culminando com um final feliz. Enquanto iam contando suas histórias, muitas vezes assustadoras e assombradas, algumas vezes acontecia de dormimos com medo quando a luz que era a motor se apagava.
Segundo os mais velhos contar história é uma característica de todo ser humano. Trata-se de uma arte muito antiga que responde a necessidade humana mais profunda de manter um relacionamento de empatia entre as pessoas, tornando possível experimentar o que o outro experimenta e assim dar forma a sua própria existência.
Ao contar história, os sons, as palavras, os gestos, os olhares, são todos instrumentos utilizados para criar um lugar de encontro, que é feito de conexões, de relacionamentos entre quem conta e quem ouve a história. É uma forma específica, uma forma de conhecimento que torna possível provar que o que um sente o outro também pode sentir, através de uma relação estabelecida entre a capacidade de contar e a capacidade de ouvir, quer se trate de histórias engraçadas, divertidas, assustadoras, assombradas, livres, e insensatas. O importante é o sentimento de pertencer, de estar juntos.
Ouvir histórias tem uma importância muito grande para a criança, faz com que ela sinta que alguma coisa está sendo feita para ela. Além do poder que a história tem de entrar no universo da criança, dando respostas mais satisfatórias às perguntas infantis, do que as respostas racionais dadas pelo adulto.
Pois as histórias sempre nos ensinam alguma coisa, nos faz sentir melhor, fazendo crescer dentro de nós um sentimento moral, de empatia e de satisfação.
Fazendo surgir dentro de nós o alfabeto das emoções que vamos reconstruir aceitar, adotar como comportamento consciente.
Contar história para crianças faz com que desenvolvam a capacidade de ouvir, fator essencial para qualquer situação de aprendizagem. Proporcionam uma ligação muito importante com leitura, com algo familiar, através da linguagem, do ritmo em que a história é contada, os sons que são transmitidos. Tudo isso entra no universo da criança como beleza e como experiência agradável de sonoridade.
Ouvir histórias contadas pelos pais, pelos avôs, despertou em mim um grande prazer em ouvir e contar histórias, um gosto até pouco inexplicável, que só depois de ter entrado em contato com essa teoria passei a entender.
Esse gostar de historias veio contribuir e muito para o trabalho como professora, pois às vezes é o caminho que encontro para explicar determinadas coisas e conseguir me aproximar dos alunos.
Lembro de alunos com histórico de rebeldes, com problemas de relacionamento, de não participar das atividades propostas pelas professoras e que agrediam freqüentemente os colegas. Mas sempre tive o cuidado de não me deixar influenciar pelo o que os outros dizem prefiro tirar minhas próprias conclusões acerca de cada criança. E através das historias contadas e encenadas na sala de aula notei o interesse e envolvimento desses alunos rotulados de rebeldes.
Voltando a minha infância, lembro-me também das brincadeiras, da liberdade que pude usufruir. Não tinha tantos brinquedos, mas ao mesmo tempo era como se eu tivesse todos os brinquedos do mundo a minha disposição. Tudo estava ali ao meu alcance, disponível em toda aquela natureza em minha volta. Bastava um pouco de imaginação e ali estava tudo que eu precisava para construir o meu objeto de desejo. E imaginação e tempo, eram o que não faltava. Eu tinha todo o tempo do mundo. A mim não era imposto nenhum horário. Minha única obrigação era crescer, e crescer feliz. Brinquei de construir castelos, fiz bonecos de barro, de capucos, de roda, de amarelinha, de gude, de pedrinhas, de cordas, de casinha, de gangorra, baleô, subi em árvores, brinquei na chuva, andei descalço, ou simplesmente fiquei parada, só olhando as imagens que se formava nas nuvens.
Lembro-me ainda das noites de lua cheia, quando minhas colegas e eu, brincávamos de circo cantando e dançando como as rombeiras. Lá fazíamos nosso palco, lá cantávamos até esgotar todo nosso repertório musical. Depois cada um ia para sua casa, satisfeitos e felizes da vida. Tempo bom que permitiu que eu crescesse livremente em meio à natureza, possibilitando-me uma aprendizagem baseada no prazer, recheada de significados, o que foi de fundamental importância para minha formação como pessoa humana.
O brincar livre constituído basicamente do faz-de-conta é essa atividade que por permitir a experimentação de inúmeras outras atividades que descortinam o mundo dos objetos da natureza e da cultura para a criança, por favorecer o exercício do pensamento infantil através de suposições e conjecturas. Acredito que a forma como vivi minha infância, contribuiu muito para que me tornasse a adulta equilibrada e em paz comigo mesma. Pois tive o privilegio de crescer cercada de carinhos e atenção. A mim foi permitido que eu fosse simplesmente criança.
Assim, considero que minha infância fornece elementos ricos de memórias, onde busco formas de me relacionar com meus alunos, proporcionando a eles oportunidades para desenvolver atividades lúdicas e de criação cultural, permitindo-lhes crescer sem deixar de ser criança, descobrindo o mundo através do brincar e das relações mais variadas com o ambiente, com os objetos e com as pessoas, principalmente nas relações que estabelecem com seus pares.


A infância pós-moderna, ou seja, as crianças dos dias atuais constituem-se por crianças solitárias, trancadas em suas próprias casas ou apartamentos, enquanto seus pais saem para trabalhar. Pois já não é mais possível, deixá-las brincando nas ruas devido aos perigos que estas podem oferecer então as brincadeiras que antes eram aprendidas com primos, e vizinhos, agora são trocadas por brincadeiras solitárias em frente ao computador e vídeos-game.
Muitas vezes essas crianças são obrigadas a cuidar dos irmãos mais novos, realizando tarefas de adultos. Também não podemos esquecer que um número muito grande de crianças que passam a maior parte do tempo em escolas de educação infantil, pois seus pais as levam antes de irem para o trabalho e só as buscam após retornarem.
Outro fator importante a ser considerado é o assedio que as crianças sofrem com a massificação da mídia, principalmente a televisão, onde elas têm acesso a todo tipo de informações, que podem ser benéficas ou maléficas. E essas crianças que ainda não possuem maturidade para discernir entre o que é bom e o que é ruim, acabam por absorver e incorporar como sua, a cultura oferecida pela mídia. Que muitas vezes não corresponde com a realidade da criança.
E são estas crianças que tem acesso a todos os tipos de informações que atendemos em nossas escolas e é ai que acredito que podemos fazer algo de bom para elas, organizando este espaço de forma a proporcionar-lhe uma vivencia da infância de forma saudável, longe dos perigos das ruas (acidentes, tráfico de drogas, etc.), do apelo insistente da mídia para torná-los exímios consumidores. E que este espaço das escolas seja pensado pelos (as) educadores (as) a proporcionar a essas crianças oportunidades para que cresçam de forma saudável, com direitos e deveres que são próprios de sua idade. Contrapondo à realidade de exploração, que antecipa a vida adulta, procuro proporcionar aos meus alunos, atividades lúdicas, criando oportunidade para que desenvolvam suas criatividades, permitindo que se movimentem das mais variadas formas, experimentando todos os tipos de emoções, manifestando seus sentimentos, como amor, raiva, alegrias e tristezas, evitando que sofram qualquer forma de discriminação e preconceito, estabelecendo assim uma relação de respeito. Deixando de ser explorada, a vida adulta deixa de ser antecipada e a criança passa a significar o mundo através do brincar e das relações que estabelece neste contexto educativo e socializador que é a escola. Portanto as atividades organizadas e propostas por mim, neste espaço educacional, têm sempre como objetivo principal, promover o desenvolvimento global das crianças, dando a elas condições de reunir elementos para viver de forma digna dentro e fora da escola.
TEORIA & PRÁTICA
Sei que é impossível enumerar todas as mudanças que ocorreram em minha prática como professora e também como pessoa no decorrer do curso de pedagogia. Muitas foram às reflexões feitas em torno da educação e conseqüentemente sobre o papel do professor como trabalhador social, o que inevitavelmente acaba por nos modificar também como indivíduo.
Refletindo sobre a importância das artes em nossas vidas, e sobre o que eu estava fazendo neste sentido para proporcionar os alunos uma vivencia artística concreta, tive uma idéia. Porque não realizar na escola um teatro? Propus a idéia ao grupo de professoras de minha escola que a princípio rejeitaram, dizendo que não daria certo. Mas para minha alegria neste grupo existia uma professora, Mônica que estávamos sempre juntas no percurso de casa para a escola e da escola para casa, conversávamos sobre o trabalho na escola e o que estávamos aprendendo na faculdade. Então eu lhe disse o quanto eu estava frustrada por não conseguir que o teatro fosse realizado, pois acreditava que seria uma experiência enriquecedora tanto para os alunos como para nós professoras. Pois segundo Almeida, o que podemos aprender ao longo de nossas vidas está diretamente relacionado ao nosso repertório de experiências.
É importante lembrar que quando permitimos que nossos alunos criem através das palavras, gestos, movimentos e sons, permitimos que construam um conhecimento do mundo e que comuniquem esse conhecimento a outros. Não esquecendo ainda que as atividades artísticas proporcionem alegrias aos alunos. E era exatamente este o ponto que mais me incomodava naquele momento, eu estava achando aquela escola sem vida, absorvida pela rotina.
Mônica é bastante animada e ainda não está contaminada pelo vírus do comodismo, então decidimos que convenceríamos o grupo, e convencemos. E no horário de HTPC organizamos a programação, pensamos em todos os detalhes, inclusive convidamos o diretor do teatro Farinha Seca Alfredo Junior para nos orientarmos.
Aconteceu diferente ele se empolgou fez um maravilhoso trabalho com a turma e a secretária de educação contratou para trabalhar nas escolas do município que por sinal foi maravilhoso, superando todas as expectativas.
Aconteceram muitas outras apresentações como: teatro apresentado para Celso Vasconcelos na jornada pedagógica de 2008, participação de festivais em outro município etc.
Não vou escrever aqui todos os relatórios porque pode ser cansativo, e esta não é minha intenção. Espero apenas ter contribuído para um melhor entendimento do que foi o projeto teatro na escola e mostrar o quanto foi gratificante para todos nós que estávamos envolvidos. Não quero que pense que foi uma tarefa fácil, foi necessário muita dedicação, principalmente pelo diretor do teatro e da equipe para a organização dessas apresentações e sabemos que nem sempre contamos com a boa vontade de todos.
Concluindo, esse foi um trabalho que valeu a pena, aprendemos muito. Além de ter possibilitado aos alunos, o desenvolvimento de habilidades artísticas, que pode ser uma das maiores fontes de satisfação pessoal, contribuindo assim para elevar a auto-estima, tornando-se mais confiantes em si mesmos. E mais importante, a estes alunos foi dado a oportunidade de desenvolver atividades que certamente os ajudarão a dizerem mais e melhor de si mesmos e sobre o mundo que os cerca.
CONCLUSÃO
Após longa reflexão em torno da infância e das escolas de educação fundamental concluo que nossas crianças estão perdendo o seu espaço em nossa sociedade que, a cada dia é levada a assumir responsabilidades que antes eram reservadas apenas aos adultos, como por exemplo, cuidar de afazeres domésticos, cuidarem dos irmãos mais novos, entre outros.
Portanto cabe a nós profissionais de educação oferecer a essas crianças, oportunidade para que se desenvolva de forma sadia. Que apesar deste espaço ter surgido de uma necessidade das mães que necessitam trabalhar podemos e devemos transformá-lo em um espaço de oportunidades para essas crianças. Não bastando apenas guardá-las, mas oferecer a elas atividades envolventes, dando-as oportunidades de criação do novo. Pois sem dúvida um dos mais importantes objetivos da educação é contribuir para que nossos alunos desenvolvam sua autonomia, tornando-se intelectual e moralmente livres, aptos a pensar e agir de forma independente diante dos acontecimentos da vida cotidiana.
Espero ainda que a criança ao adentrar no universo escolar não seja podada em seu querer saber, sendo respeitado em seus valores pessoais, fruto da sua cultura. Que esta criança seja incentivada a desenvolver atitudes de cooperação e criatividade, o que lhe permitirá reunir elementos para conscientizar-se plenamente dos seus direitos e deveres, tanto individual como sociais. Pois acredito que só através da educação é possível construir um mundo com mais justiça social, transformando-o em um lugar melhor para se viver e ser feliz. E sem dúvida, se isso não for feito toda sociedade sairá perdendo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NASCIMENTO, Maria Evelina Pompeu do. Sentimentos da Infância: Aula de
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VALENTE, Silza M. Pazello. Motivação – Constante Desafio do Educador. Revista do
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FARIA A. L. Goulart de, MELLO, S. Amaral. (org). Linguagens Infantis – Outras
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REGO, T. Cristina. Vygotsky: Uma Perspectiva Histórico-Cultural da Educação,
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Em Dezembro/2009 estarei concluindo o Curso de Psicopedagogia – Habilitação em Gestão e Práticas Educativas interdisciplinar ao exercer as minhas atividades de educador pretendo utilizar os conhecimentos adquiridos.Na minha atuação como Pedagoga, pretendo construir, em meu ambiente de trabalho, um relacionamento harmonioso e sincronizado entre o conhecimento e a aprendizagem, com os seguintes objetivos: - Possibilitar a inserção de meus alunos na era da gestão democrática. - Utilizar as avaliações diagnósticas educacionais no processo ensino-aprendizagem dos meus alunos, por meio de: acompanhamento educativo, aulas dinâmicas e outros meios disponíveis no momento; - Elaborar aulas mais significativas, com dinâmicas e vivências grupais, contextualizadas e menos expositivas; - Aulas dialógicas; A avaliação dos alunos nos processos de ensino na sala de aula, ocorrerá progressivamente, tendo como ênfase uma avaliação formativa, possibilitando ao aluno a ajuda necessária para melhorar e avançar em sua aprendizagem. Para isso utilizarei de dinâmicas e vivências de grupo, observação e acompanhamento das realizações cotidianas, relatórios de produções pessoais, auto-avaliação por parte dos alunos, avaliações de desempenho e avaliações periódicas da disciplina. Para execução desta metodologia de trabalho, far-se-á necessário um planejamento aberto, com aberturas para adequações, com uma bibliografia diversificada. Será necessário também um corpo docente e discente imbuídos na aplicabilidade desta metodologia, com uma visão educacional inovadora, responsável, ordeira e preocupada em aprender a aprender e aprender a fazer.

O processo de avaliar as práticas pedagógicas de meus professores, traz-me a memória o texto “TREM DA VIDA”“Há algum tempo atrás, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Uma leitura extremamente interessante, quando bem interpretada. Isso mesmo, a vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em outros. Quando nascemos, entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco : nossos pais. Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituível... mas isso não impede que, durante a viagem, pessoas interessantes e que virão a ser super especiais para nós, embarquem. Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos. Muitas pessoas tomam esse trem apenas a passeio. Outros encontrarão nessa viagem somente tristezas. Ainda outros circularão pelo trem, prontos a ajudar a quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas, outros tantos passam por ele de uma forma que, quando desocupam seu acento, ninguém nem sequer percebe. Curioso é constatar que alguns passageiros que nos são tão caros, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos; portanto, somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles, o que não impede, é claro, que durante o trajeto, atravessemos com grande dificuldade nosso vagão e cheguemos até eles... só que, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado, pois já terá alguém ocupando aquele lugar. Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas... porém, jamais, retornos. Façamos essa viagem, então, da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando, em cada um deles, o que tiverem de melhor, lembrando, sempre, que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisaremos entender porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que nos entenderá. O grande mistério, afinal, é que jamais saberemos em qual parada desceremos muito menos nossos companheiros, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado. Eu fico pensando se quando descer desse trem sentirei saudades ... acredito que sim. Me separar de alguns amigos que fiz nele será, no mínimo dolorido. Deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos, com certeza será muito triste, mas me agarro na esperança que, em algum momento, estarei na estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram... e o que vai me deixar feliz, será pensar que eu colaborei para que ela tenha crescido e se tornado valiosa. Amigos, façamos com que a nossa estada, nesse trem, seja tranqüila, que tenha valido a pena e que, quando chegar a hora de desembarcarmos, o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem”. Dessa maneira avalio a prática pedagógica de meus professores, porque durante o meu processo de construção de conhecimento, os meus professores assumiram diferentes papéis. Eles atuaram como mediadores e problematizador nos momentos de diálogos, onde pude expressar livremente os meus pré-conceitos e questionamentos. Alguns foram construtivistas, permitindo-me alcançar, pelos meus próprios meios, o conhecimento, enquanto outros, agiram como behavioristas, delimitando os passos, os métodos e os caminhos para o aprendizado. Durante este processo, os professores que fizeram parte dele, tiveram seus lugares no “trem da minha vida acadêmica”, em seus vários vagões e estações deixaram seus registros, alguns deixaram carinho, amizade e companhia insubstituível. Todos foram pessoas interessantes e que foram super especiais para mim, apesar de muitas tristezas, sempre tive professores prontos a me ajudar. Más assim é a vida, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas e lembranças, que nos permite trazer em memória, momentos bons e ruins de nossa longa jornada e ao relembrar a passagem destes passageiros, vejo que eles deixaram valorosos ensinamentos para a minha prática pedagógica enquanto pedagoga, ou seja, deixaram marcados a sua presença no “trem da minha vida acadêmica”, pois eles me ensinaram a valorizar: o próximo; o processo de aquisição do conhecimento; a cultura “espontânea” e informal do aluno; o conhecimento popular e trabalhar em prol da comunidade que nos cerca.

Inserirei aqui o meu Memorial - 1. QUEM É KARMEM, nasceu no dia 16 de julho na cidade de Euclides da Cunha, no estado da Bahia. Filha de ---------------------------- Seu primeiro ano de vida foi vivido na Ruilândia, tendo logo alguns anos mudado, para a cidade de Quijingue, Atualmente trabalha na escola municipal Waldir Magalhães de Andrade exercendo o cargo de Coordenadora. 2. HISTÓRIA DE VIDA ESCOLAR. ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO A minha vida estudantil iniciou no Grupo Escolar Bezerra Neto,Ensino Fundamental. Nesta escola, estudava eu e algumas colegas Éramos uma turma agitada, com muitos amiguinhos dentro e fora da escola, pois morávamos perto uns dos outros. A diretora, vice-diretora e supervisora eram amigas da minha mãe, de modo que, tudo que fazíamos de “arte” na escola, ela ficava sabendo. Nós três ficávamos sempre juntos durante os intervalos, fazíamos a maior farra dentro da cantina. Da 4ª série a 8ª série do Ensino Fundamental Considero esta parte da minha vida, como fundamental para aquela pessoa que sou eu hoje. Tenho maravilhosas lembranças das amizades que ali construímos, onde, apesar de sermos os de situação financeira baixa, dentro dos padrões dos alunos da escola, tínhamos respeito, companheirismo, auxílio, amizade, carinho, entre outras coisas. Professoras maravilhosas, que hoje encontro e falam da alegria que era aquela época. Uma professora que sempre me marcou foi a professora Jailda tinha muito elegante, vaidosa mas carinhosa, Entre estas professoras que nesta época me ensinavam os passos certos a serem seguidos,retorno a um passado cheio de paz, tranqüilidade, onde podíamos curtir a nossa fase, a nossa adolescência. Fizemos uma viagem maravilhosa para Paulo Afonso um passeio maravilhoso, uma momento grandioso de enriquecimento de conhecimentos.. O Ensino Médio (1ª a 3ª série do 2º Grau) foi um sufoco, onde passei anos e diversas escolas para terminar o Ensino Médio. Não tenho muitas lembranças estudantis desta época, pois infelizmente, o que me interessava era concluir o 2º grau e assim não me abri a fazer amizades a viver, curtir esta fase estudantil. Após idas e vindas na minha vida estudantil, iniciei o Curso de Graduação em Pedagogia 2003, em Euclides da Cunha tem proporcionado conhecer as transformações paradigmáticas pela qual está passando a Pedagogia, onde as Tecnologias de Informação e Comunicação, tem propiciado novas maneiras de compreender e vivenciar que, o Pedagogo, tem atuação nas diversas esferas da Educação. Esta fase da minha vida estudantil está sendo maravilhosa. Horizontes estão se abrindo para mim, pois estou adquirindo mais entendimentos do que é melhor para o meu futuro e da minha família. Graças a Deus, estou casada (e muito bem), tenho um emprego que gosto, O QUE MAIS FICOU MARCADO? Dentro desta minha vida estudantil, as inovações no ensino, as palestras, festas, confraternizações que eram realizados, o logotipo para o uniforme que foi criado pelos alunos, todas as atividades que desenvolvíamos despertaram em mim, conhecimentos que hoje vejo que foram muito valiosos. Esta fase, vivida no ambiente da faculdade puderam me conscientizar de qual caminho que deveria seguir. Caminho este, que hoje, conforme já relatado, está me permitindo colher os frutos de uma vida melhor.

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