quarta-feira, 25 de agosto de 2010

S. UM NOVATO NA PSICOPEDAGOGIA

Apesar de toda a abrangência e complexidade do fenômeno da aprendizagem, a psicopedagogia caminha a passos largos para a busca de uma identidade, especificidade de ação, fundamentos teóricos e aplicabilidade. Ela se faz se faz necessária porque outras especialidades já não conseguiam responder aos desafios surgidos no âmbito das escolas da atualidade.
É um campo de estudo relativamente novo, mas tem a seu favor vários ramos da ciência mais amadurecidos, dando-lhe suporte para continuar com segurança.
A interligação de alguns campos da ciência já é bastante comum, tanto é que temos a psicolingüística, a neuropsicologia, a bioquímica, a neuroanatomia, a quimioterapia e tantos outros binômios científicos.
Psicopedagogia é apenas mais uma necessidade de fazer confluir conhecimentos para um ser humano que começa a ser visto holisticamente, em sua totalidade, com toda sua maravilhosa e desafiante complexidade.
É justamente nesta visão holística do ser humano que a psicologia transpessoal também pode dar sua contribuição á psicopedagogia, pois acrescenta mais um fator importante na compreensão do homem total. Ela aborda sua transcendência, aquilo que esta além do cognitivo, do emocional ou do social, oferecendo subsídios para uma educação que possa abranger corpo, mente e espírito.
Por mais estranho que possa parecer falar do aspecto espiritual do homem em psicologia, não há como negar essa dimensão transcendental do ser humano quando se esta buscando confluir conhecimentos sobre este objeto de estudo. Muitos conhecimentos da humanidade foram gerados pela via espiritual ou contemplativa do homem.
Claro que esta dimensão transcendental do homem torna mis complexo ainda o seu estudo, como se já não bastassem às outras dimensões das quais ma damos conta. Não obstante, são os desafios á inteligência que geram melhores e mais complexos conhecimentos.
A psicopedagogia, realmente, esta diante de grandes desafios e esta conquistando sistematicamente seu espaço para firmar-se como um ramo de conhecimento extremamente necessário nos tempos atuais, a despeito da complexidade da sua área de investigação e aplicabilidade.
Entretanto, se complexidade e amplitude de um objeto de estudo fossem barreiras ou desestímulos, o que seria da própria psicologia tendo diante de si um fenômeno chamado ser humano!

Referencias Bibliográficas:
BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: Contribuições a partir da prática. Porto Alegre, Artes Médicas, 1994.
DELDINI, Roger e DEMOULIN, Richard. Introdução á psicopedagogia. Trad. De Germano Correia Botelho, São Paulo, EPU, 1987.
FAGALI, Eloisa Q. e VALE, Zélia Del Rio do. Psicopedagogia Institucional: a aprendizagem escolar dinâmica e construção em sala de aula. Petrópolis, Vozes, 1993.
VISCA, Jorge. Psicopedagogia: novas contribuições. Trad.de Andrea Morais e Maria Isabel Guimarães. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1991
SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar: o problema escolar e de aprendizagem. Petrópolis, Vozes, 1994.

domingo, 1 de agosto de 2010

A folha amassada


Quando criança, por causa de meu caráter impulsivo, tinha raiva à menor provocação.

Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes me sentia envergonhado e me esforçava por consolar a quem tinha magoado.

Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas, depois de uma explosão de raiva, e entregou-me uma folha de papel lisa e me disse:

Amasse-a!

Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha.

- Agora, deixe-a como estava antes. Voltou a dizer-me.

Óbvio que não pude deixá-la como antes. Por mais que tentasse, o papel continuava cheio de pregas.

O professor me disse, então:

- O coração das pessoas é como esse papel. A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados.

Assim, aprendi a ser mais compreensivo mais paciente.

Quando sinto vontade de estourar, lembro daquele papel amassado.

A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar.

Quando magoamos alguém com nossas ações ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais...

Alguém já disse, certa vez:

- Fale somente quando suas palavras possam ser tão suaves como o silêncio.

Mas não deixe de falar, por medo da reação do outro.

Acredite, principalmente em seus sentimentos!

“Seremos sempre responsáveis pelos nossos atos – nunca se esqueça”.

MENSAGEM REFLEXIVA: TRÊS ATITUDES:

Você se considera uma pessoa egoísta, orgulhosa, ou alguém que sempre busca praticar o bem?
Talvez a respostas para essa pergunta não seja tão fácil assim, por isso vamos fazer um análise dessas três atitudes considerando alguns quadros e circunstancias da vida diária:

Na sociedade:
O egoísmo faz o que quer.
O orgulho faz como quer.
O bem faz o que pode, acima das próprias obrigações.
No trabalho:
O egoísmo explora o que acha.
O orgulho oprime o que vê.
O bem produz incessantemente.
Na equipe:
O egoísmo atrai para si.
O orgulho pensa em si.
O bem serve a todos.
Na amizade:
O egoísmo utiliza as situações.
O orgulho clama por privilégios.
O bem renuncia ao próprio bem.
Na fé:
O egoísmo aparenta>
O orgulho reclama.
O bem ouve.
Na responsabilidade:
O egoísmo foge.
O orgulho tiraniza.
O bem colabora.
Na dor alheia:
O egoísmo esquece.
O orgulho condena.
O bem ampara.
No estudo:
O egoísmo finge que sabe.
O orgulho não busca saber.
O bem aprende sempre, para realizar o melhor.

Considerando essas três atitudes, você poderá avaliar qual é a que mais se destaca nas suas ações diárias.
Fazendo essa análise você poderá responder se é uma pessoa egoísta, orgulhosa ou que age de acordo com o bem.
Com a avaliação em mãos, considere o seguinte:
O egoísmo e o orgulho são dois corredores sombrios que conduzem ao vicio, a delinqüência e desgraça.
O bem é ampla e iluminada avenida que nos leva a conquista das virtudes sublimes e a felicidade que tanto desejamos, mas para isso não basta apenas admirar o bem ou divulgá-lo; é preciso, acima de tudo, praticá-lo com todas as forças da alma.
E a decisão entre uma atitude e outra cabe exclusivamente a cada um de nós. Não esqueça que o bem que se faz é o único trabalho que faz bem, e esse serviço em favor dos outros é a caridade única em favor de nós mesmos.
O bem é a alavanca capaz de libertar o homem dos vícios e levá-lo aos altos planos da harmonia consigo mesmo e com o mundo que o rodeia.
Assim, a pratica do bem é e sempre será nossa melhor atitude. Pratique o bem sempre...sempre.

O Bambu Amado



Era uma vez um maravilhoso jardim, situado bem no centro de um grande campo. O dono costumava passear pelo jardim, ao clarão do luar, à noite... Um belo bambu era para ele a mais bela e estimada de todas as árvores do seu jardim.

Ao seu olhar carinhoso, esse bambu crescia e se tornava cada vez mais formoso. Ele sabia que seu senhor o amava e que ele era sua alegria. Um dia, o dono, pensativo, aproximou-se do seu amado bambu e, num gesto de profunda veneração, o bambu inclinou sua cabeça imponente...

O senhor disse a ele:

– Querido bambu, eu preciso de você.

O bambu estava feliz, parecia ter chegado a grande hora de sua vida. Ele respondeu:

– Meu senhor, estou pronto, faze de mim o que quiseres!

– Bambu! – a voz do senhor era grave – Bambu, só poderei usá-lo, se eu o podar.

– Podar? A mim, senhor?! Por favor, não faças isso! Preserve a minha bela figura. Tu vês como todos me admiram, me elogiam!

– Meu bambu amado – a voz do senhor tornou-se ainda mais grave – não importa que o papariquem ou não... seu não o podar não poderei usá-lo...

No jardim tudo ficou silencioso. O vento segurou a respiração. Finalmente o lindo bambu se inclinou e sussurrou:

– Senhor, se não podes usar sem podar-me... então, faze comigo o que quiseres!

– Meu querido bambu – tornou o senhor – devo também cortar as suas folhas!

– Óh, senhor, se me amas, preserva-me de tal mal!! Podes destruir minha beleza, mas, por favor, deixa as minhas folhas!

– Não o posso usar se não arrancar-lhe as folhas.

A lua e as estrelas, confusas, escondem-se atrás das nuvens... Algumas borboletas e pássaros, que por ali brincavam, afastaram-se assustados. O bambu, meio trêmulo, à meia voz, disse:

– Senhor, corta-as!

Mas o senhor disse:
– Ainda não basta meu querido bambu. Devo cortá-lo pelo meio e tomar também seu coração. Se não fizer isso não poderá ser-me útil.

– Por favor, Senhor – disse o bambu – eu não poderei mais viver... Como viver sem o coração?

– Devo tirar seu coração, caso contrário não me serás útil.

Então o bambu inclinou-se até o chão e disse:

– Corta-me e divide-me se assim o desejares!

O senhor desfolhou o bambu... decepou os seus galhos... partiu-o em duas partes... tirou-lhe o coração. Depois, levou-o para o meio do campo ressequido, a uma fonte onde jorrava água fresca. Lá o senhor deitou cuidadosamente o seu querido bambu no chão. Ligou uma das extremidades do tronco decepado à fonte e a outra ele levou para o campo. E a fonte cantou as boas vindas

As águas cristalinas precipitaram-se alegres pelo corpo dilacerado do bambu, correram sobre os campos tórridos e áridos, que por elas tanto tinham suplicado... Ali plantou-se o trigo, o arroz, o milho, rosas... e outras flores das mais variadas espécies e cores.

Os dias passaram, a sementeira brotou, cresceu e veio o tempo da colheita... farta e abundante. Assim, o maravilhoso e esbelto bambu. No seu aniquilamento e humildade, transformou-se numa benção especial.
Quando ele era belo e jovem, crescia somente para si e se alegrava com sua própria formosura. Agora, no seu despojamento, ele se tornou o canal do qual o senhor se serviu para tornar fecundas as suas terras... e muitos, muitos passaram a viver do pródigo tronco do bambu amado.