sábado, 16 de janeiro de 2010

COMO MOTIVAR O PROFESSOR?

Portanto, a sociedade deve compreender que o professor não precisa ser homenageado com canções e belas lembranças, mas sim com remuneração correspondente às altas e complexas tarefas que desempenha. É necessário pensar a centralidade do papel do professor como um produtor cultural em sala de aula, que deve ter acesso aos produtos culturais como livros, cinema, teatro e internet, para que possa desempenhar adequadamente sua função de estimulador do universo cultural dos seus alunos. Caso contrário, ele se torna um mero repetidor das mesmas aulas, anos após anos, apenas depositando os conteúdos de sempre em seus alunos, em via de mão única, praticando o que o educador Paulo Freire denominou “educação bancária”.
Para uma educação verdadeiramente libertadora, precisamos de professores atualizados, que sejam permanentemente estudantes e pesquisadores, já que o conhecimento se transforma vertiginosamente em nossa época. Esses profissionais deverão ter condições adequadas de trabalho e a opção de poderem se dedicar exclusivamente a uma escola. Os aspectos metodológicos serão constantemente revistos e aprimorados em seminários e reuniões pedagógicas devidamente incluídas em sua carga horária. Os estudantes, por sua vez, permanecerão mais tempo na escola, sendo acompanhados por professores em atividades complementares, como leitura, estudo dirigido, esportes, cinema e outras atividades recreativas e culturais.
Evidentemente, os equipamentos tecnológicos são importantes e devem ser utilizados na medida do possível, mas o fundamental são as pessoas, educadores e educandos. Respeitar e valorizar as pessoas, entender que a vivência de cada um pode representar uma valiosa contribuição para o processo de uma educação libertadora é dizer que Paulo Freire vive dentro de cada um de nós que persiste na missão de educar, apesar de todos os sinais contrários dessa sociedade desagregadora e tecnicista também chamada de pós-moderna.
É preciso entender que o jovem de hoje não é mais uma promessa para o futuro o jovem de hoje é a realidade do presente o jovem acontece e faz acontecer aqui e agora com seu anseio de mudança de impaciência, sua vontade de construir o mundo. Em muitos aspectos eles estão quilômetros a frente, como na computação, na internet, e não raro no companheirismo e prestação de serviços. Eles não estão alienados, pelo contrario eles estão antenados com tudo o que acontece ao nosso redor e no mundo.

É preciso rever toda gestão cobrar responsabilidades por parte de todos na tarefa de educar segundo informação de alguns alunos não querem freqüentar a escola porque os professores não tem motivação, alguns tampouco ensinam. O que é que nos podemos fazer é preciso que todos participem, pais comunidade entrem na escola entrem numa sala procurem assistir as aulas vá olhar assistir, fique lá um amanha, tome conhecimento do que se passa nas salas de aulas, se as professoras comparecem se ensinam, procurem sentir na pele os problemas, só fazer uma visita passando de passagem, meia hora de nada adianta. É ficando dentro da sala de aula, verificando como se comportam aqueles professores, como é que se comportam os alunos, só assim, só dessa maneira, nós podemos mudar alguma coisa.
Somente indo lá onde está o aluno, vendo vivendo e aprendendo sentindo na pele, do contrario vai tudo continuar como antes.
Constatadas as deficiências e dificuldades poderá se buscar providencia. São professores desestimulados, professores que não ensinam que faltam mais do que comparecem, que fingem ensinar, e ninguém cobra melhor desempenho, simplesmente porque ninguém avalia sua produtividade, que é o aproveitamento escolar.
Há professores que se limitam a passar o tempo todo escrevendo tarefas e exercícios na “louza” deixando os alunos só a copiar. E copiando apenas ninguém aprende nada. Há professores que dão apenas sinal de presença e sentam nas cadeiras e não há nada absolutamente nada, que os faça levantar.
Ensinar a raciocinar, saber distinguir o certo do errado, procurar métodos e soluções que lhe tragam mais rendimento no final do mês isso sim, é aumento de produtividade. Temos o dever de zelar permanentemente pela qualidade de ensino é nossa missão nosso trabalho nada vai pra frente se não houver interesse e participação. O ensino publico só funcionará com capacitação, supervisão diária e constante, avaliação permanente, tudo isso que teoricamente todas as escolas deveriam ter. mas que se tem não funciona na pratica. Muitos professores andam desiludidos com o sistema educacional. Nas escolas, também há indícios de que a falta de disciplina e de limites pode comprometer o relacionamento entre professores e alunos, percebo que o desânimo está aumentando. É muito chato quando você deixa de ter uma profissão e passa a ter um emprego. “Trabalhar apenas pela remuneração, mas quer viver fora daquele ambiente” São seis os principais responsáveis pela indisciplina: pais autoritários ou licenciosos demais, currículo elitista, prática pedagógica inadequada, falta de formação do docente, resistência do professor a mudanças e políticas públicas incompatíveis com a realidade escolar. Afinal o professor também é indisciplinado. Como ele pode bancar uma discussão em sala se não lê o jornal, não se informa, não tem um olhar crítico do mundo? Como pode despertar o interesse do aluno com uma prática pedagógica espontaneísta, do tipo quem quer aprender, que aprenda, quem não quer, não me encha? “A escola pública é o único espaço onde o educador - e isso inclui coordenadores e diretores - acha que não precisa estudar nem aperfeiçoar sua formação”,
Por outro lado, para conseguir envolver a família, você não pode chamar os pais só para falar mal do filho. Com palestras, discussões e atividades, conseguimos trazer o pai um pouco mais para dentro da escola.

Outra prática recomendada é o diagnóstico anual do público atendido. "Fala-se muito em discutir valores, mas quais? Do professor ou do aluno? De posse desses dados, planejamos melhor nossas atividades. Tem gente que fecha os conteúdos antes de começar o ano. Como é possível dar uma aula interessante sem o diagnóstico?",
Para a coordenadora pedagógica, é preciso mudar a visão da indisciplina. "Indisciplina, muitas vezes, não é desobediência, mas denúncia. Não dá para querer que as crianças tenham 'corpos dóceis', como afirmava [o filósofo francês Michel] Foucault. A disciplina do corpo é também a da cabeça, forma o submisso. No conselho de classe, passam os alunos quietos, que fazem as atividades esperadas. Todo mundo fala de disciplina, não de aprendizado. Indisciplina existe quando você não está cumprindo o papel da escola, que é o de transformar informação em conhecimento


Ela também sente o descontentamento dos colegas, mas vê um pouco de exagero nessa postura. "É preciso ter flexibilidade em sala, entender um pouco mais os anseios do aluno. Ele confia no professor e tanto se interessa pela aula quanto em falar das suas dúvidas, dos seus problemas, de suas emoções. Tem dia que você prepara a aula e eles querem discutir outra coisa, trazer para a realidade. No dia 7 de setembro, a turma da quinta série preferiu abordar o momento político do que pesquisar no dicionário o conteúdo do hino nacional. Aquele trecho 'seu futuro espelha essa grandeza' provocou muitas reflexões. Eles sabem que são o futuro e acreditam nele, acham que o Brasil vai mudar para melhor".As crianças têm noção de que aquilo que a escola ensina tem relação com o desenvolvimento delas e da sociedade, mas, talvez, os professores não consigam estabelecer claramente esse vínculo".
É importante seduzir o aluno pelo conteúdo e pela forma de transmiti-lo. "A sala de aula é o lugar onde você pode ser uma pessoa pública, pode ter importância para esse mundo aí fora. Você sente que pode fazer algo por outra pessoa para conseguir transformá-la", relata.

Relatos de professores:
Faz acordos com os alunos para dar as aulas. "Tento democratizar a sala de aula fazendo pactos com os alunos no primeiro dia de aula, determinando o tempo em que eles falam, em que eu falo, o tempo das perguntas e das discussões entre eles. A indisciplina pode acontecer, mas, se você tiver uma boa aula preparada e eles perceberem que você domina a matéria e os respeita, também vão te respeitar. fala de outras coisas fora de moda, como a postura do professor em sala de aula, que deve transmitir honra, ética e dignidade e em botar o coração naquilo que se faz. Quantos, agora, esboçam um sorriso irônico diante do sonho romântico do jovem professor? Dos colegas mais velhos, ele diz que já se cansou de ouvir: Calma, um dia você vai desanimar também, reage dizendo que a cada dia se sente ainda mais empolgado.
Continua confiante no seu futuro profissional. "Sinto uma vontade grande de discutir idéias, criar dúvidas e fazer com que os alunos reflitam. Sei que tenho uma responsabilidade grande: passar valores e noções de como melhorar o mundo em que vivem", entusiasma-se.
Como motivar o professor?

Não sei como, a única forma seria implorar para que o professor se sacrifique um pouco mais além do muito que ele já está se sacrificando. Pediria a ele que imagine que é mais ídolo do que jogador de futebol, só que sem direito a aplausos.
Existe uma saída para esse impasse crônico na educação?
Só se aprende de verdade por imitação e admiração. Não adianta nada falar para o seu filho ler e você mesmo ficar na frente da TV. Ninguém obedece ordem sem sentido. A grande revolução do ensino na Coréia se deu porque os pais estudavam junto com os filhos: a família estudava junto à noite. Teríamos uma revolução no Brasil se a família desligasse a TV uma hora por dia e se dedicasse a fazer qualquer coisa que agregue conhecimento e fomente as relações humanas.
Quais atividades você sugere?
Quem não costuma ler o jornal, faça isso. Pode-se ler trechos de um livro ou mesmo o manual de funcionamento do videocassete. Se eu fosse um cavaleiro andante, proporia essa cruzada nacional pelo estudo continuado em família. A ênfase nisso tem de ser brutal. Sem esse esforço, não teremos chance de sair da vala comum que joga os jovens no desemprego, na desesperança. Há pelo menos uma geração perdida pela falta de conhecimento, de qualificação, de oportunidade. Depois, não reclamem dos estupros e dos assaltos nos faróis. 05/08/08

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