sábado, 30 de janeiro de 2010

Educação Ambiental

MEMORIAL/REFLEXÃO

Elaborar um memorial não é tarefa fácil trata-se de uma auto-avaliação de resultados, da relevância das aulas, sobre a aprendizagem e das relações estabelecidas. Por conta disso foram levadas em consideração as condições, situações, dificuldades e reflexões que envolveram o desenvolvimento do meu trabalho aqui exposto. Este memorial foi elaborado com base na construção do meu aprendizado sobre o que analisei e aprendi das aulas, da importância de se praticar, vivenciar e refletir sobre a educação ambiental.
Em um primeiro momento de aula pensei no objetivo da disciplina e confesso que senti dificuldade de assimilar o meu papel naquele contexto, as questões foram surgindo às reflexões aumentando e eu silenciosamente repensando as minhas ações e participação naquela temática tão presente e ao mesmo tempo tão distante da nossa pratica diária. Notoriamente, os assuntos abordados transformaram em um novo pensar, numa forma de como nós professores temos muito poucas informações sobre nossa região, com relação à preservação, confesso que me deixou preocupada, pois têm tantos que freqüentam a escola e tem pouca consciência do meio ambiente, quanto àqueles que não freqüentam as escolas, temos que aprender mais e mais. Reconheço que ainda há pouca consciência e construção de uma responsabilidade pelas relações com a natureza. “Desse modo não se efetiva na prática, devido à carência de pessoal qualificado, sendo que a prática é a base para buscar a fundamentação teórica, na construção do conhecimento.” o processo se dá de forma desarticulada dos problemas ambientais vivenciados pelo aluno, porque não possibilita a aplicação dos conhecimentos à realidade local, para que o aluno se sinta potente, com uma contribuição a dar, por pequena que seja, para que possa exercer sua cidadania desde cedo. Entretanto este caminho precisa de reflexões profundas sobre os conflitos que envolvem o ser humano. Sendo a necessidade da Educação Ambiental também descrita por Müller (1999), como modo de promover uma consciência capaz de gerar atitudes que alterem os comportamentos atualmente geradores de problemas ambientais.
Nota-se também, que possivelmente a falta de contato ou da prática cotidiana da educação ambiental pode levar o aluno ao esquecimento e, conseqüentemente, a uma estagnação de hábitos e comportamentos não adequados numa visão ambientalmente sustentável. Por isso se faz necessário incorporar em seus hábitos, comportamentos que venham, no mínimo, minimizar os impactos causados ao meio ambiente. Sendo que também, como professores, podemos disseminar uma nova perspectiva de vida em sociedade de uma maneira sustentável, que só poderão ser alcançados com a revisão dos valores humanos, das atitudes éticas e dos comportamentos concretos, tanto dos homens entre si, como destes, com a natureza.
Sinceramente foi um despertar, para um olhar mais significativo para o que realmente esta acontecendo com nosso planeta, um acordar para a gravidade do problema em que estamos enfrentando, e vivenciando de braços cruzados. Precisamos acordar contribuir, pensar coletivamente, ficar atento e mudar, além de prejudicar a nós mesmos estamos prejudicando as próximas gerações.
A visão de ambiente naturalizado esta presente nas práticas e nas visões de muitos profissionais da educação que trabalhavam nessa questão, mas distante da nossa realidade.
As perguntas reflexivas provindas do professor tiveram como objetivos fomentar a reflexão coletiva quanto a um novo pensar da ação e da prática pedagógica na perspectiva da Educação Ambiental a vida.
A realização das aulas, estudos de textos estimulou debates sobre concepções da relação homem/ambiente promovendo nova prática pedagógica sensibilizadora. Os diálogos reflexivos sobre o pensamento do grupo frente às dinâmicas realizadas em sala de aula.
Proporcionou conhecimentos e níveis da consciência que estimulados instigam a sensibilidade e a imaginação, possibilitando olhar, avaliar e refletir sua realidade como sujeito inserido dentro de um determinado contexto, que deverá ser refletido no âmbito social e possibilitar o despertar de um novo comprometimento dos professores com a realidade social em que estão incluídos.
As técnicas utilizadas durante as aulas foram relevantes para o processo de sensibilização, provocou tempestades mentais, estimulou o imaginário, frente ás imagens apresentadas nos slides, nos textos, a transformação do ambiente de estudo: a alteração na disposição da sala de aula que foi utilizada para estimular à sensibilidade a percepção visual do ambiente as relações entre o reconhecimento do semi-árido de pertencimento de sua região. Percebeu-se que as dinâmicas despertaram nos membros do grupo uma compreensão de ambiente, de conscientização de que a sala de aula também é um ambiente a ser trabalhado na prática da educação ambiental.
A sensibilização através de leitura e debate do texto da carta para 2070 que me causou um grande choque ate então nunca tinha parado pra pensar de verdade, de senti nessa possibilidade degradante e me perguntei estou fazendo a minha parte? Como ser humano? Como educadora? E isso criou vínculos de interesse para o desenvolvimento das atividades praticas.
Nos dois últimos séculos o homem destruiu o meio natural, confiante na idéia de que a natureza é infinita pensava que os danos seriam corrigidos. Hoje sabemos que muitos dos graves danos causados a biosfera não se corrigem por si. E ai esta a ameaça a sobrevivência humana. Ainda prevalece muito discurso e pouca ação.
O homem se coloca no centro do universo como se estivesse acima da natureza que pode usar e abusar dos recursos naturais. Ele é parte integrante da biosfera e sofrerá as conseqüências das profundas mudanças que estão ocorrendo. Comprometendo o seu padrão de vida e o futuro das novas gerações.
Um chefe “indígena do século passado Seatle dizia:” a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra.isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. O que acontece com a terra recairá sobre os filhos da terra; o homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios, tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo. O que ocorre com os animais em breve acontecerá com o homem. Há uma ligação em tudo. O homem da sociedade moderna e industrial não percebeu que faz parte da natureza e que com ela deve manter uma intima interligação, pois jamais poderá destrui-la sem totalmente se destruir.
Diante de tudo isso é fácil perceber que a sobrevivência da humanidade depende de uma nova atitude do homem em relação à natureza. Somente uma mudança de mentalidade e na maneira de agir poderá evitar profundas alterações na biosfera que irá comprometer certamente o futuro das novas gerações. É preciso que se encarem os elementos da natureza como aliados e não como inimigos, ou meros recursos a serem explorados. Este é o desafio para os próximos anos ajudar com o nosso exemplo e como novas formas de pensar a natureza.
O trabalho do professor Marcelo como mediador entre a educação ambiental e os professores facilitou o conhecimento e propiciou momentos agradáveis de integração, refletindo sempre sobre o que via, ouvia, e, sobretudo sobre o que ensinava. Bastante criativo, e comprometido com a construção de uma sociedade sustentável e consciente em todas as dimensões: social, política, ética, econômica e ecológica, a fim de garantir o futuro do presente e das novas gerações.
Confesso que foi a partir desse estudo que despertei meu interesse pela preservação ambiental. Pelas propostas de ação como um possível caminho, por meio de vivências, consciência e com isso possibilitar um novo pensar, agir e sentir. Por fim é preciso respeitar as diferenças, saber e aprender lidar com os conflitos e as contradições e, a caminharem juntos para a conscientização sobre o meio ambiente e a melhora da qualidade de vida do planeta.


RESENHA

MULLER, Jackson Educação Ambiental Diretrizes para a Prática Pedagógica edição FAMURS-Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul. 146p.

A obra apresenta textos práticos numa linguagem simples, direta e nos provoca a dar um mergulho no cotidiano do nosso mundo social e ambiental desafiando-nos a tomar consciência de preservar hoje para viver amanha. É um guia que orienta e motivas as pessoas em especial aos educadores para que se comprometam num processo de conscientização e ação na preservação do meio ambiente.
O autor considera a necessidade de uma preparação e adequação rápida e flexível de planos e programas, de acordo com as circunstâncias dinâmicas do ambiente, citando os aspectos legais da educação ambiental com um breve histórico sobre as constituições brasileiras, e legislação.
Traz a seleção de conteúdos nas diferentes áreas do conhecimento com temas que podem ser aprofundados no enfoque ambiental desde a educação infantil e toda pratica pedagógica escolar.
. Os temas dizem respeito à relação entre o homem e a natureza e seu estudo facilita a integração com as outras disciplinas. Alertando o indivíduo para uma visão crítica da realidade e uma atuação consciente no espaço social.
A obra possibilita criar novas técnicas com sugestões didáticas para a pratica de educação ambiental. Ela pode ser considerada como uma excelente base na qual se desenvolvam novas maneiras de viver sem destruir o meio ambiente, ou seja, num novo estilo de vida (MÜLLER, 1999)
O autor deixa claro que a questão da educação ambiental é uma questão de consciência de cada sujeito onde as atitudes e valores permitem adotar uma posição para a resolução de problemas ambientais locais.
Nesse sentido ressalta que as situações escolares desenvolvam relações sociais inovadoras que permitam preparar os alunos para o complexo mundo do futuro, bem como inteligência criadora, capacidade de ação, para que tenha condições de definir democraticamente os estilos de desenvolvimento de seus próprios países.
Os capítulos sete e oito contemplam diversas técnicas, sugestões e procedimentos de comunicação e expressão. E todos os recursos teóricos oferecidos estão bastante claros com novos enfoques para a pratica pedagógica.
É claro que serão necessários estudos continuados a serem articulados nas diferentes realidades.
A obra oferece base cientifica e pedagógica para cada um dos temas enfocados com iniciativas inovadoras tendo como base também a mudança de atitude do professor em relação ao aluno e ao meio ambiente e do aluno com seu aprendizado e da comunidade escolar como um todo.
Parece-nos propícia a reflexão sobre o que disse Albert Einstein: “o mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas, sim, por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer”.
Enfatiza também preocupação nos currículos escolares, como forma de modificar atitudes e comportamentos da sociedade como um todo. As questões ambientais são multidisciplinares e transdisciplinares, mas devem ser enfocadas de forma a permitir a integração da pratica docente ao contexto ambiental.
Expandindo, explorando a realidade dos alunos e dos professores na sua região.
O autor mostra que alem do amor a natureza e do conhecimento de seus mecanismos, é preciso aprender a consolidar nossos ideais com relação aos destinos da sociedade em que vivemos e do planeta em que habitamos. A questão ambiental está distribuída de muitas formas na sociedade e segundo Paulo Freire, a crítica da sala de aula precisa torna-se a critica da sociedade e do meio ambiente.
Finalmente diria que a obra dividida em 8 capítulos se propôs a contribuir de forma bastante pedagógica elementos fundamentais para uma atuação criativa responsável e respeitosa em relação ao meio ambiente. É um livro gostoso de ser lido, e recomendaria a todos as pessoas especialmente aos educadores como uma excelente ferramenta para melhorar as relações com a natureza.
Textos:
• Compreendi que a escola...
• A educação ambiental na formação dos professores rede de saberes (Martha Tristão)
• Flores Titãs
• Estou semeando as sementes
• Educação ambiental desenvolvimento de cursos e projetos (Arlindo Philippi Junior)
• Correntes da ética ambiental (M.L.Pelizzoli)

1º momento
Textos nas carteiras com filete e letra da música de Titãs.
Apresentações professor e alunos
Letras em um canto da sala
Pirulito em forma de mãos e pés
Slides
Produção textual
http://www.senado.gov.br/sf/senado/programas/senadoverde/envia_cadastro.asp

obras indicadas pelo professor Marcelo:
1. Educação ambiental princípios historia formação de professores (Fabio Cascino)
2. Educação ambiental na formação de professores rede de saberes (Martha Tristão)
3. Correntes da Ética Ambiental (M.L.Pelizzoli)
4. Educação ambiental desenvolvimento de cursos e projetos (Arlindo Philippi Junior e M Cecília Focesi Pelicioni)

PRÁTICA DOCENTE

PRÁTICA DOCENTE

A sociedade sofre grandes transformações na esfera política, econômica e social, exigindo um trabalhador mais capacitado, dinâmico, reflexivo e polivalente, capaz de atuar na realidade social. A sociedade evolui de um período onde o trabalhador deveria ser especializado em uma determinada função, realizando tarefas pré-determinadas pelos seus superiores, para um período em que a dinamicidade e a formação do trabalhador são fatores de sobrevivência.

Viver no mundo de hoje é um desafio, na medida em que há um bombardeio de informações a serem apreendidas e com as quais se deve operar para conduzir importantes atividades do dia-a-dia. O individuo é bombardeado de informações a todo o momento e através de diversas fontes.

A escola da vida nos ensina muito, mas é preciso que estejamos atentos para podermos assimilar suas inúmeras lições, e estas, no âmbito acadêmico, se fazem presentes de forma ainda mais contundente. Os centros formadores, cientes da sua responsabilidade, devem preparar seus alunos, futuros professores, não apenas para aplicar conteúdos, mas também para ser um facilitador na busca de uma compreensão maior, de um olhar critico e reflexivo sobre o mundo.

A formação continua pode constituir um importante espaço de ruptura, estimulando o desenvolvimento profissional dos professores. Por isso, falar de formação continua é falar de uma autonomia, contextualizada da profissão docente. Importa valorizar paradigmas de formação que promovam a preparação de professores reflexivos, que assumam a responsabilidade do seu próprio desenvolvimento profissional e que participem como protagonistas no desenvolvimento das políticas educativas (Antonio Nóvoa, 2202, p. 59).

O papel da formação vai além do ensino, pois envolve a capacidade de criar espaços de participação, formação e reflexão a fim de que os indivíduos aprendam e tornem-se capazes de lidar com as dificuldades e mudanças que surgirem e menos dependentes do poder econômico, político e social. É imprescindível, portanto, a formação de um profissional docente prático-reflexivo, dotado de conhecimentos e habilidades e principalmente capaz de refletir a sua própria prática.

Cabe ao docente, mais do que transmitir o saber, articular experiências em que o aluno reflita sobre suas relações com o mundo e o conhecimento, assumindo o papel ativo no processo ensino-aprendizagem, que, por sua vez, deverá abordar o individuo como um todo e não apenas como um talento a ser desenvolvido.

A LDB no seu art. 61 coloca que:

“Art.61 – A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e as características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos:
I- a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço;
II- aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades.”

Observamos que o artigo 61 traz como ponto de partida a preocupação em formar profissionais capacitados para adequar o ensino às diferentes fases do desenvolvimento de ser humano. O seu inciso I vem a tratar de um ponto fundamental que é a relação teoria-prática, pois quando se abordam os problemas da formação continuada. Tendo em vista que a articulação teoria-prática é tida como uma idéia indissociável, deve, portanto ser trabalhada simultaneamente, tornando-se o eixo central da formação do professor.

É fundamental que a educação seja vista como fator de desenvolvimento e transformação humana. Para tanto, um dos pontos cruciais é a formação docente que oriente os futuros professores no sentido de conviver com seu aluno observando os seus comportamentos, conversando com ele, perguntando, sendo interrogado por ele e realizando em conjunto suas experiências, a fim de auxiliar na aprendizagem e desenvolvimento.

Diante disso percebemos não ser suficiente apenas uma fundamentação teórica bem alicerçada. Pois se faz necessário principalmente uma mudança diante de práticas conservadoras que visam apenas do saber, mas também do fazer, estando cada vez mais inserida a idéia da ação reflexão no dia-a-dia do professor para que este não se acomode na sua labuta diária, e tenha como objetivo um saber mais e um fazer melhor.

Certamente com a existência de profissionais mais competentes e comprometidos, quem sairá ganhando é a sociedade, que será então constituída de cidadãos livres, criativos e críticos, característica que só obtém através da educação.

REFERÊNCIAS

BRITO, Antonia Edna. O significado da reflexão na prática docente e na produção dos saberes profissionais do/a professor/a. Revista Iberoamericana de Educación (ISSN:1681-5653).

CARNEIRO, Moaci Alves. LDB Fácil. Leitura Critico-compreensiva artigo a artigo. Editora Vozes.Petrópolis.2003.

NÓVOA, Antonio. Formação de professores e trabalho pedagógico. Lisboa. Educa. 2002.

ORNELAS, Maria de Lourdes. Afetos e manifestos na sala NÓVOA, Antonio et al. Profissão professor. Porto editora. Portugal. 1995.

SANTOS, Lucíola Licino de C. P. Formação de professores na cultura do desempenho. Educ. Soc., Campinas, vol.25, n.89p.1145-1157,set/dez.2004. disponível em http://www.cedes.unicamp.br

Disponivel em: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/prof04.htm.Acesso em 18/04/2008.
Disponivel em: http://www.fe.unb.br/linhascriticas/n22/resenha_aprendizagem.htm.htm. Acesso em 18/04/2008.
Disponivel em: http://www.hottopos.com/rih5/silva.htm.Acesso em 18/04/2008.
Disponivel em: http://www.educacaoonline.pro.br/a_reflexividade_como_elemento.asp?f_id_artigo=102. Acesso em 18/04/2008.
Disponivel em: http://www.hottopos.com?vdletras7/monica.htm. Acesso em 18/04/2008.

Seminario sobre Práticas Docentes

”Já começamos, mas ainda estamos longe do fim.
Começamos por organizar ações pntuais de formação contínua, mas evoluímos no sentido de as enquadrar num contexto mais vasto de desenvolvimento profissional e organizacional(...)Estamos a evoluir no sentido de uma profissão que desenvolve os seus próprios sistemas e sabers, através de percursos de renovação permanente que a definem como uma profissão reflexiva e cientifica”.(Mary-Louise Holly e Caven McLoughn.p. 48)

REALIZAÇÃO
Curso de Pós-Graduação em Práticas Educativas Interdisciplinar e Gestão Escolar
Especialização em: Práticas
Educativas Interdisciplinar e
Gestão Escolar
QUIJINGUE – BA
2008
Antonio Nóvoa
JUSTIFICATIVA

A formação continuada de professores tem sido recentemente alvo de muitas investigações. Sob esta perspectiva discutiremos a constituição do professor reflexivo a partir de um novo entendimento da prática docente, onde a experiência ganha relevância enquanto parte do saber-fazer próprio da profissão.
OBJETIVO GERAL
Refletir a relação permanente que se estabelece entre trabalho pedagógico e a vida do professor no processo de sua formação.
RECURSOS

• Projeção Multimídia
• Slides
• Vídeos
• Material Didático
• Textos

PROGRAMAÇÃO

1º MOMENTO
Apresentação
Tema: Prática Docente
2º MOMENTO
Dinâmica
3º MOMENTO
Apresentação de slide.
4º MOMENTO
Vídeo: Formação Continuada.
5º MOMENTO
Mensagem Final.

LOCAL

ESCOLA: Waldir Magalhães de Andrade
DATA: 14/06/2008
PERÍODO: Manhã
PÔS-GRADUANDAS:

MARIA ANDRADE FERREIRA DO CARMO SANTOS
MARIA DO CARMO ABREU SILVA AMAMBAHY
RENILDA DE MATOS ROCHA
RISOLEIDE EVANGELISTA SILVA
ZENILDA SANTOS DA SILVA

REFERÊNCIAS

BRITO, Antonia Edna. O significado da reflexão na prática docente e na produção dos saberes profissionais do/a professor/a. Revista Iberoamericana de Educación (ISSN:1681-5653).

CARNEIRO, Moaci Alves. LDB Fácil. Leitura Critico-compreensiva artigo a artigo. Editora Vozes.Petrópolis.2003.

NÓVOA, Antonio. Formação de professores e trabalho pedagógico. Lisboa. Educa. 2002.

ORNELAS, Maria de Lourdes. Afetos e manifestos na sala NÓVOA, Antonio et al. Profissão professor. Porto editora. Portugal. 1995.

INDISCIPLINA X FRACASSO ESCOLAR

A necessidade do afeto é peculiar ao ser humano que vai desde a concepção ao nascimento, e se estenderá durante toda existência. Contudo estas fases têm que ser vividas intensamente, na 1ª infância a criança precisa sentir-se amada, respeitada, e receber, um carinho, um abraço um beijo até mesmo de uma alerta, perceber o que ela pode fazer e o que não pode fazer, dando-lhes incumbências, e estas normas são de suma importância para o seu aprendizado, deixando transparecer que precisamos ser autônomos, e assim crescendo e compreendendo que a liberdade só acontecerá quando formos capazes de perceber e atuar a partir de nossas habilidades, ações estas que serão importantes para as crianças dê significado a sua própria interpretação e ação no mundo.
Mediante a minha caminhada de docente percebo que ano após ano a indisciplina, tornou-se frequente nas salas de aula. Onde o aluno indisciplinado é oriundo de famílias, que não oferecem as condições necessárias de afetividades, que leve-os ao encorajamento, orientando-o e consequentemente dando limites, para que ele cresça e possa desenvolver-se como agente de transformação no meio pelo qual está inserido. Haja vista que não podemos generalizar, pois existem famílias que aparentemente são estruturadas, que tem um poder aquisitivo maior que proporcionam aos filhos condições básicas como alimentação, saúde lazer e no entanto são indisciplinados.
A motivação que me levou a trabalhar este tema é a angustia presente em meu cotidiano presente dado o meu compromisso frente à educação, aonde crianças ou pré adolescentes chegam a instituição escolar com um comportando que não condiz com o ser cidadão, agredindo, depredam o patrimônio escolar, dizem palavrões, não respeitam professores, direção, agentes de portaria, e tratam a todos com indiferença, não estudam.
Entretanto faz-se necessário desenvolver-se um trabalho que desperte em nosso aluno, uma nova forma de situar-se perante as diversas situações, e assim tornando-o protagonista de suas vidas.
Este trabalho objetiva analisar as múltiplas formas de superação de indisciplina a partir da psicopedagogia, através da metodologia do estudo de caso com aplicação de questionário adentrando o universo da 4ª série do Ensino Fundamental I escola pública, além de:
Refletir sobre a história do Ensino no Brasil a prática pedagógica da leitura e da escrita na 4ª série do Ensino Fundamental I;
Conhecer os aspectos negativos que levam os educandos a não evoluírem;
Compreender diferentes metodologias que possibilitam o aprendizado da Leitura e da Escrita do educando na 4ª série do Ensino Fundamental I.
CAPITULO I
HISTORICIDADE DO ENSINO NO BRASIL ( A PARTIR DA COLÔNIA)
Percebe-se que a aprendizagem humana foi pautada pelo próprio homem; único animal com todas as probabilidades ao crescimento que se deu através da necessidade de encontrar mecanismos para a sua própria sobrevivência desde o período da pré história mediante demarcação fazendo registros nas cavernas, nas rochas, nas árvores, favorecendo assim a locomoção, facilitando à caça a pesca, e assim foi desencadeando, todo o processo de aprendizagem foi fluindo de acordo com as necessidades sociais de cada momento histórico.
Sabe-se que a educação não é linear que ela abarca todos os conhecimentos,e que possibilita a construção do homem no que se refere a ser sujeito de sua história
Para compreendermos toda a problemática do ensino no Brasil faz se necessário apresentar o histórico de como a educação foi desenvolvido desde sua implantação do Brasil colônia até os dias atuais; tendo em vista podemos afirmar que a história da educação no Brasil não aconteceu por acaso, ela foi se articulando, visando interesses lucros e também nos princípios e nas diretrizes da história da educação geral.
A educação do Brasil está enraizada e teve a participação maciça da Igreja Católica, nas pessoas dos jesuítas utilizando da força da religião com o intuito de intimidá-lo em nome do amor e da verdade tendo como premissa uma civilização interesseira pelas quais eles queriam ensinar, só assim teriam a salvação diante de Deus .E assim durante muito tempo esse ser cristão foi desencadeando a aprendizagem. O Padre que lidava com o saber, e sendo detentor deste fazia valer, o que ensinava, impondo regras e conhecimentos mesmo sem nenhum interesses pelos habitantes da época
As primeiras instituições de ensino nos remete a uma reflexão sobre as políticas públicas de educação, que metodologia de ensino seria aplicada escravizados que chegaram com o intuito de satisfazer aos interesses da burguesia comercial portuguesa como sustentação da forma de produção atual da época. A educação formal em sala de aula, o acesso ao letramento era único e exclusivo da camada elitizada, segundo os modelo de produção adotado, que interligava os interesses das grandes metrópoles e as funções da colônia.

Nascemos do colonialismo. Nosso útero, a colônia. O parto, colonial. À conclusão a que ele chegou é que o povo brasileiro é um povo enjeitado que não era para existir, não foi mentalizado, não foi projetado, intencionalmente não fazia parte do desígnio dos colonizadores.
Somos um produto intencional. Um fruto recusado, Um resultado indesejado. Os que os colonizadores queriam – e os imperialistas hoje, os donos de multinacionais, de bancos, os operadores do capitalismo vídeo financeiro - é apenas uma feitoria lucrativa, ou seja, um entreposto comercial para produzir lucros exportáveis. (Caros amigos pag 17fevereiro de 2009)
Frente a esta realidade, evidentemente constata-se a forma pela qual o “Brasil foi descoberto”, com datas, pré estabelecidos, eles não tiveram nenhuma preocupação em trabalhar a educação pautando os conhecimentos existentes, respeitando suas realidades. O que prevaleceu que as escolas publicas e privadas contribuíram para alienação dos sujeito. Historicamente as compreensões acerca do ensino e da aprendizagem foi se constituindo como uma prática plural e multifacetada, com diferentes sentidos e significados, nos contextos sócio, histórico, cultural, econômico e político.
Os Padres mentores, protagonistas, no período colonial,implantara o primeiro projeto educacional, elaborado por padre Manoel da Nóbrega percebe-se claramente a intenção em catequizar, instruir os índios, como determinava os “regimentos”. Nota-se também a necessidade de incluir os filhos dos colonos, haja visto que naquele momento eram os jesuítas os responsáveis pela educação pois eles eram os únicos educadores de profissão e tinham apoio total por parte da Colônia.
Neste período foi fundada a Companhia de Jesus por Inácio de Loyola, juntamente com um pequeno grupo de discípulos, tinham mais interesse catequético em virtude da reforma Protestante e da expansão do luteranismo na Europa.
Os primeiros jesuítas chegaram ao território brasileiro em março de 1549, juntamente com o primeiro governador- geral Tomé de Souza, o padre Manoel da Nóbrega, logo em seguida edificam a primeira escola elementar brasileira, em Salvador, na companhia do mestre e Irmão Vicente Rodrigues, professor nos moldes europeus que, durante mais de 50 anos dedicou-se ao ensinos e á propagação da fé religiosa.
Tornou-se conhecido na época o noviço padre José de Anchieta, que em 1597, tornou-se mestre- escola do Colégio de Piratininga, missionário em São Vicente escreveu na areia os “Poemas á Vigem Maria foi autor da Arte de Gramática da Língua mais Usada na Costa do Brasil.
O trabalho dos jesuítas era dedicado á pregação da fé católica e ao trabalho educativo, compreenderam que era impossível converter os índios ao catolicismo sem que soubessem ler e escrever, e assim foram dando continuidade que se estendeu para o Sul por volta de 1570, pois já somavam com cinco escolas elementar são: Porto Segura, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga e com três colégios: Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia. E todas estas escolas jesuítas eram reguladas através de um documento escrito por Inácio de Loila a Ratio atque Instituto Studorum, chamado abreviadamente de Ratio Studorum.
Os jesuítas não restringiram nas primeiras letras implantaram outros cursos Letras, Filosofia, considerados secundários e o curso de Teologia e Ciência Sagradas, de nível superior, para a formação de sacerdotes e estes cursos se estenderam pois oportunizaram os que pretendiam seguir as profissões na Europa, na Universidade de Coimbra em Portugal mais famosa no campo das ciências jurídicas e teológicas, e na Uniersidade de Montpellier na França a mais procurada na área da medicina.
Entretanto os índios ficaram a depender dos interesses dos portugueses, que audaciosos invadem o seu território e passam a dominá-los em todos os campos, por um lado os portugueses por outro lado os jesuítas em converter ao cristianismo e aos valores europeus, os colonos em usurpá-los para o trabalho escravo. Diante desse “fogo cruzado” cada povo tem o seu argumento em protegê-lo; e com este intuito os jesuítas para defendê-los das mãos dos colonos criaram mecanismos como as denominadas Reduções ou Missões, passaram pelo processo de catequização foram orientados para ao trabalho agrícola que era uma fonte de renda.
O trabalho das missões desencadeou com os índios uma nova forma de comunidade deixaram de ser nômades e passaram a ser sedentário esta nova organização contribuiu para serem capturados pelos com facilidade chegando a agregar tribos inteiras.
Os jesuítas permaneceram como mentores da educação brasileira durante duzentos e dez anos, até 1759, quando foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão de Sebastião José de Carvalho, Marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal, de 1570 a 1777. No momento da expulsão, os jesuítas tinham 25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários menores e escolas de primeiras letras instaladas em todas as cidades onde havia casas da Companhia de Jesus. A educação brasileira, com isso, vivenciou uma grande ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo educacional. ( Unopar módulo I pag. 145)
Os colégios jesuíticos na sua conjuntura eram únicos e exclusivos formadores de elites. Enquanto os índios eram apenas para ser catequisados para permanecerem obedientes aos mandados as orientações. Sendo que a educação profissional de técnicas rudimentar que se dava através do convívio o que o ambiente proporcionava índios, negros ou mestiços. Vale ressaltar que a educação feminina restringia boas maneiras e prendas domésticas como cozinhar, lavar, cuidar do esposa dos filhos.
E assim a educação brasileira foi vivida por várias décadas com a idéia impregnada dos ensinamentos do cristianismo, onde não tinham liberdade de expressão, onde tudo era pecado, com as normas prontas acabadas, recebiam as informações básicas tendo no padre a pessoa de Deus, pessoa sagrada. Frente a administração e as orientações contidas nas constituições é mais um ponto relevante para que governo português e Jesuítas entrassem em choque culminando assim a expulsão da Companhia de Jesus de Portugal, e, 1759.e com a expulsão dos Jesuítas poucas coisa ficou da educação. E assim nasce uma nova educação intitulada educação Pombalina em homenagem a Márquez de Pombal que de ante mão não tinha nenhuma preocupação em fazer acontecer uma educação de fato, mas sim interesse, próprio.
“Diante dessa realidade Marquês de Pombal foi um importante político de Portugal durante o século XVIII. Buscando neutralizar a influência política e econômica da Companhia de Jesus no Brasil, Pombal expulsou os jesuítas em 1759 “(citação)
Estamos diante de um paradoxo, por um lado os jesuítas preocupavam-se com o proselitismo defendendo a sua congregação assuntos relacionados ao crescimento da fé Católica, por outro lado Marques tinha em mente reestruturar Portugal do enfraquecimento que se encontravam frente as potencias europeus da época. Por isso nenhum interesse em dar continuidade à educação jesuítica, nem tampouco de olhar o índio e as demais raças como seres capazes de receber e transmitir conhecimentos. Evidentemente nesta briga de poder cada grupo tinha a sua linha de trabalho. Mesmo com todo este poder eles precisaram tirar proveito do trabalho implantado pelos jesuítas, visando os interesses do Estado, pensam em reestruturar a escola para atender seus interesses e consequentemente do seu país. Então através de um alvará, o Estado assumiu os encargos, inserindo leigos no processo ensino aprendizagem e diversificando as disciplinas isoladas por meio de aulas particulares denominadas aulas regiasNo contexto social e produtivo da exploração colonial os indígenas foram o alvo, seguido do negro africano escravizados chegando ao território com a função exclusiva de satisfazer os interesses da burguesia portuguesa. Frente a esta realidade Marquês de Pombal objetivou universalizar o ensino, mantendo o mesmo padrão estabelecido pelos padres colonizadores; sua postura não contribui para eliminar as regras cristãs. Os índios mantiveram atrelados aos ensinamentos cristãos. “Neste período com a Constituição de 1824, as escolas de primeiras letras foram ampliadas em todas as cidades e as medidas implementadas pelo Ato Adicional de 1834” .( pag. 10 Ana Lúcia Lana Nemi João Carlos Martins livro da Lívia)
Mesmo com a atitude de Marquês de Pombal em universalizar o ensino, não foi alterado a influencia religiosa, manteve-se em pé de igualdade com os “coronéis’ os políticos os latifundiários donos das terras tinham a autonomia em decidir os rumos do Estado e consequentemente a educação mantendo os mesmos ensinamentos, pois as pessoas permanecem pacatas, tranqüilas sem reivindicar, por medo, por terem os seus diretos banidos, sem terras, sem religião, sem família sem liberdade; e mais chance dos Portugueses ganhar dinheiro de enriquecer. Como homenagem ao Marquês de Pombal “batizam “o novo modelo de educação pombalina, onde a política intencionava mais uma conquista pelas terras que estava em seu poder saindo do mercantil para a industrial, e esta não obteve êxito.
Diante dessa realidade, era necessário tirar o maior proveito possível da Colônia. Era necessária uma intensa fiscalização das atividades aqui desenvolvidas. Essa ampliação do aparelho administrativo e o conseqüente aumento de funções de categoria inferior passou a exigir um pessoal com um preparo elementar. As técnicas de leitura e escrita se faz necessárias, surgindo, assim, a instrução primária dada na escola que, anteriormente, cabia á família. Unopar pg 144 1módulo
Mesmo com essa oportunidade os alunos continuavam a aprender a disciplina de história da mesma maneira que eles queriam, sem oportunidades deles estudarem sua própria realidade e sim partindo de datas, nomes, contradições exclusões sociais do processo histórico. E nesse período acontece a Proclamação da Republica é Proclamada por uma necessidade de criar um corpo administrativo de burocratas e políticos, que fizessem a máquina do Estado funcionar aumentando assim a demanda por escolas e letrados assumiram o papel de organizadores do ensino público. E assim ficou na incumbência do Império o ensino primário enquanto o superior ficaria a cargo do governo central e assim o ensino secundário ou profissional em diversas províncias sem um projeto nacional de educação.
E com isso as províncias do Império não conseguiram se estruturar, e assim o ensino médio não atendeu a população. Nesse tempo as escolas particulares com a influência religiosa foram se expandindo a formando elites enquanto as outras pessoas ficavam em segundo plano.
O governo central cumpre o seu papel fundando escolas de nível superior na área de Direito, esta iniciativa não deu prioridade ao ensino básico nem tão pouco a disciplina de história, fazia parte do currículo. A elite reproduzia apenas a sua própria história. Nessa perspectiva o período colonial adquiriu autonomia política em 1822, fazia-se uma Constituição. A escola estava presente a idéia de Um Sistema Nacional de Educação, em seu duplo aspecto: a graduação das escolas e a distribuição por todo o território nacional que passaria a existir escolas, ginásios, e universidades nos mais diversos e apropriados locais. Já no texto a constituição outorgado , a idéia de Sistema Nacional de Educação foi deixada de lado. Pois o artigo 179 menciona os seguintes termos:” A inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros, que tem por base a liberdade, as segurança individual e a propriedade , é garantida pela Constituição do Império “ Módulo I UNOPAR pg. 147.
A Lei de 15 de outubro de 1827, única lei geral relativa ao ensino elementar até 1964, mais uma vez se tem a comprovação dos limites com que a organização educacional foi encarada. Mesmo assim a sociedade brasileira, não teve os direitos adquiridos colocá-los seus filhos na escola, enquanto cidadãos livres De 1847 até 1844, D. Pedro II edita decretos criando a Inspetoria Geral da Instrução Primaria e Secundária do Município da Corte, destinada a fiscalizar e orientar o ensino publico e particular em 1854. Criou também um estabelecimento das normas para o exercício da liberdade de ensino e de um sistema de preparação do professor primário, além da reformulação dos estatutos do Colégio de preparatórios também no mesmo ano. UNOPAR 147 Modulo I A transmissão do primário deu continuidade com as aulas de leitura e escrita e calculo deu-se inicio escolas normais (Magistério professor) na terceira década do século XIX, com esta organização a educação teve uma mudança satisfatória, com uma diferença contemplando apenas o sexo masculino por falta de organicidade a supremacia da literatura, pela aplicação dos métodos tradicionais.
Ao final do Império , o Brasil possuía 82% de analfabetos, ou seja, pessoas que nem haviam entrado na escola. A educação continuava a reforçar a exclusão das camadas populares iniciada pelos jesuítas.. Pag16 Ana Lucia Lana nemi
Com a perspectiva da Proclamação da Republica de organizar rede publica de “ensino para todos” foi impossível mesmo com todo empenho por parte das camadas populares, só em 1830 com o desenvolvimento exacerbado da industria a concretização do ensino básico passou a ser vista com outros olhos pelo governo, constata-se que a educação brasileira decorre por uma serie de acontecimentos que emperra de caminhar, de se estruturar e mais uma vez este avanço é interrompido com a Revolução de 30 inflexível quanto aos discursos , que as camadas populares pelo crescimento da rede oficial de ensino conseguiram responsabilizar o Estado por meio da Constituição 1934, pelo estabelecimento de um Plano Nacional de Educação.
Vale salientar, que esta discussão sobre a reestruturação da rede publica de ensino ocupou toda a Primeira Republica. Com ressalva era vista como uma solução para todos os problemas sociais e iriam dar prioridade e passar a valorizar a cultura regional, por sua passariam a “valorizar” a zona rural em função de um conjunto em favorecer a elite da época pois no inicio do século XX a exportação da agricultura era forte.
O que podemos destacar como positivo até então na educação brasileira, era baseados em fatos e pouca critica, em vez de se discutir a concentração da terras, o poder mostra mais uma vez suas garras e passa a construir obras. Em contrapartida os movimentos sociais despontam e passam a exercer um poderio sobre as terras como o cangaço como lideres populares, marginais, e sanguinários que não aceitavam a onde estabelecida pelos governadores e presidentes.
E assim um novo marco a Primeira Constituição da Republica a de 1891, e que o ensino superior e secundário passaria a pertencer a União, enquanto o primário, e o técnico profissionalizante ficaria sobre a incumbência dos Estados. Esse duelo entre os poderes públicos dificultava o encaminhamento das reformas exigidas pelas classes populares, reivindicando o direito á escola básica. E as discussões a respeito do ensino secundário e o complemento em relação aos superior chega o curso técnico com o objetivo em formar mão de obras capaz de inserir na sociedade, e os novos debates surgem por exigir uma Escola Nova, procurando valorizar o Papel do aluno no processo educacional, e mais uma vez a elite engaveta este projeto.
A primeira Republica não se comprometeu a superar o analfabetismo, e assim este projeto foi evidenciado na Revolução de 30 enquanto isso a Constituição de 1831 manteve-se o ensino de história nos métodos tradicionais alienantes do período colonial, sendo que 1934 sob a influência do movimento Escola Nova, adquiriu força e perante o processo histórico o aluno como agente do conhecimento.
Ao fazer uma análise do processo educacional brasileiro é de uma complexidade sem limites, mas que começa a ganhar formas próprias, e a chance do aluno tornar-se protagonista da sua história como sujeito de transformação.
Assim o serviço do poder cria mecanismos para que o Estado crie escolas diferentes para atender a elite e a camada popular, desconsiderou os movimentos existentes, e criou no Brasil um período forte de repressão, onde os debates sobre educação, ficaram a cargo da sociedade cível, a população mantinha-se afastada e as questões de educação passou a ser determinado pelo governo.
O governo conservador dessa época, mediante a Constituição outorgada em 1937, não apenas separou o ensino secundário (para elites) do profissionalizante (para s classes populares). Como também expandiu a rede oficial com base no clientelismo político. Ana Lúcia pg 18
Estamos envoltos de uma história orientada como “objeto” de reprodução dos valores dominantes e de alienação, voltamos a “zero” na base do “decoreba “ sendo fundamentais e mais uma vez a nossa história fica de escanteio, e o intrigante diante de tudo isso é que a história se repete.
E a luta constante nesse período que se deu entre 1954 a 1964, trouxe consigo pontos relevantes a nível nacional populares onde buscavam democratizar a cultura por meio da erradicação do analfabetismo.Com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 4024/61 e a conseqüente possibilidade de se desviarem recursos públicos particulares essas questões ganharam força se estruturaram atuando fora no âmbito do Congresso Nacional e questionando a estrutura social vigente no país.
A promulgação da Lei 4024/61 deixa claro que o “ensino para todos” deixava a sociedade para se inserir no âmbito da sociedade civil. A história era exclusividade para os movimentos de caráter político e popular, disciplina fundamental para que o homem assumisse uma postura critica diante da vida e do seu grupo da qual estava inserido. A alfabetização deveria ser feita com base na realidade do aluno dando oportunidade de trabalhar no seu contexto. “Porém este “ensino para todos” tem os seus dias contados, com o golpe militar 1964 freou a crescimento dos movimentos populares em sua luta pela democratização do acesso ao saber implantando novamente um modelo elitista de educação” pag 19 ana Lucia e João Carlos
Com o golpe militar época crucial disputa acirrada entre os países comunistas e capitalistas obrigam os países pobres dentre eles o Brasil a se curvar pelas grande potencias como os Estados Unidos para permitir a entrada das multinacionais. E a educação como mentora deveria garantir o apoio da população uma ponte de alinhamento, e assim os disputas sobre a educação na esfera da sociedade política se deu por severas repressão e assim fortalecendo a chamada pedagogia tecnicista voltada exclusivamente par o tecnicista.
Acreditavam os governantes de então que a escola secundaria deveria preparar o estudante para ocupar um lugar no mercado de trabalho segundo as necessidades da indústria em expansão. O “ensino de todos” voltou-se definitiva e claramente, para a subserviência aos interesses do capital internacional e ás nossa elites. Ana Lucia pag 20
A educação no Brasil não tem autonomia vive em função da elite tanto nacional como internacional, só visando interesse, ela responde por toda e qualquer mudança te tudo que acontece fere, regride e os direitos não são respeitados e o ensino de história foi acoplado ao de geografia numa disciplina estudos sociais. Perdendo assim a sua originalidade onde reforçava mais uma vez o saber que constituía o saber das elites. Esta pedagogia tecnicista, mas uma vez reforçada pela criação do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) que não superou o índice de analfabetismo pois as vagas não eram preenchidas e o fazer história não acontecia, mantendo –se sob o domínio das autoridades e da censura, só era possível ensinar uma história elevando os vultos nacionais, e que não mencionassem as injustiças, socais do país.
Diante dessa realidade patética, na década de 80 e recessão econômica provocada pelo endividamento externo e pela diminuição das taxas de crescimento levou a abertura a novas mobilizações populares no campo de educação, parece preocupar-se com os problemas referentes a conteúdos com os métodos e com a questão da organização como trabalhar com os educandos..
O “ensino para todos” deve definir-se quanto aos conteúdos a serem ministrados a aos métodos capazes de viabilizá-los? Ou deve priorizar a formação critica e ajudar o aluno a se organizar politicamente? Ou será que essa duas colocações são complementares? Ana Lucia pg 20
Estamos diante de umas serie de interrogações que norteiam a educação brasileira dando uma nova roupagem para ser trabalhada politicamente dando ênfase a história como papel fundamental no seu tempo, não omitindo nem tampouco negando o contexto histórico informações precisas, onde privilegia fatos isolados dominada pelas elites governamentais o povo não é como agente do processo histórico. Os heróis as datas e circunstâncias parecem descontextualizadas como se fossem obras de alguns indivíduos e não uma construção coletiva
Os problemas educacionais do Brasil são oriundos desde o seu descobrimento, na pessoa dos portugueses, onde o descaso ao homem de outra realidade índios pessoas simples, sem letramento onde os ditos “civilizados “movido pela ganância, insensíveis em todos os aspectos até na maneira de transmitir o novo, a escolarização.
A história de educação do Brasil é distinguida por mudanças uma após outra, por uma política de falsa democratização, interrupções dos direitos. Tendo em vista que o ensino de História, na totalidade não foi adequada de liberar a influência da religião Católica (tradicional), não consegui despertar o espírito crítico e a participação dos educandos para uma sociedade onde o futuro do país está especificamente em estudar, ensinar suas realidades.
Na década de 1930, com o desenvolvimento, e a influência e a idéia liberal, de transmitir os conhecimentos mostrando a realidade do Brasil , ensinando suas riquezas, que estávamos vivendo num país do futuro sem conflitos sem problemas no entanto para compreendermos o conceito de história faz se necessário esclarecermos a visão desse campo para passarmos a conhecê-lo, pois durantes muito tempo ensino de 1º grau, a história fez parte do currículo, esteve camuflado com Geografia e Estudos Sociais uma forma interdisciplinar não com o objetivo de trabalhar a interdisciplinaridade e sim, forma de ludibriar a realidade, levar avante os caprichos de uma sociedade burguesa sem interesses em educá-los.
E assim a dsiciplina de estudos Sociais
Sabe-se que enquanto menos letrados, mas fácil de sermos manipulados, e este quadro é presente no nosso cotidiano, contudo na atualidades podemos contemplar alguns pontos que sobressaem para a melhoria da educação, mas em contrapartida existem fortes indícios que impede da educação caminhar, tendo em vista que é um processo lento, que tem uma história caótica, vindo por parte dos políticos e assessores sem compromisso e o ideal deles é manter-se no poder e uma educação sem compromisso é o ideal para mantermos presas a estas pessoas principalmente as pessoas sem letramento. Representantes responsáveis pelo pais que tem nas mãos o poder de usurpar este bem tão precioso a educação sem nenhum interesse em solucionar problemas dessa natureza, visto que não podemos generalizar pois temos pessoas comprometidas mestre em educação , que acreditam nesta mudança que parte de cada um. Pois é o mecanismo forte para manter-se no poder, e uma educação sem compromisso é o ideal par mantermos presos a estas pessoas

Percebe-se, todavia, que a educação é um processo mental de grande complexidade. Para que ele seja desenvolvido de forma eficiente, será necessário que se utilize um método que se proponha, não só desenvolver as competências necessárias à formação do leitor, mas principalmente, transformá-lo em um leitor autônomo, que saiba decidir quais leituras são importantes à sua formação, possibilitando-lhe a consciência do aprender.

Questionário da minha pesquisa
1) Como você se sente em relação a sua família:
a) ( ) acolhido(a), protegido(a) amado (a)
b) ( ) não sei
c) ( ) indiferença

2) Tem algumas dificuldades no relacionamento?
a) ( ) sim
b)( ) não
c)( ) não sei
d) ( ) ás vezes

3) Com freqüência seus pais freqüentam a escola?
a) ( ) sempre
b) ( ) raramente
c) ( ) nunca

4º) Seus amigos da escola são os mesmo do dia a dia?
a) ( ) sim
b) ( ) não
c) ( )alguns

5) Você é estimulado pela família a estudar?
a) ( ) sim
b) ( ) não
c) ( ) ás vezes

6) Freqüenta biblioteca?
a)( ) ás vezes
b) ( ) raramente
c) ( ) nunca

7)Você gosta da escola?
a) ( ) sim
b) ( ) não
c) ( ) Às vezes

8) E dos professores?
a) ( ) sim
b) ( ) não
c) ( ) alguns

9) Como você se sente em relação a escola?
a) ( ) acolhido (a) protegido ( a) querido (a)
b) ( )não sei
c) ( )ás vezes

10º) Na sua opinião o que dificulta sua aprendizagem da leitura
a) ( )Família
b) ( ) professores
c) ( ) falta de interesse
d) ( ) Não tenho dificuldade
e) ( ) Não gosto da matéria Língua Portuguesa

GESTÃO DEMOCRÁTICA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM AÇÃO

As escolas públicas no cenário educacional contemporâneo têm mais do que nunca um papel decisivo na condução dos esforços para a conquista de mudanças significativas rumo a uma gestão democrática, a qual tem sido alvo de grandes debates. A escola vista como uma organização social, cultural e humana requer que cada sujeito envolvido tenha seu papel definido num processo de participação efetiva, para o desenvolvimento das propostas a serem executadas. Esse processo deve ir contra uma organização pautada no conservadorismo e no tradicionalismo. Se as ações desenvolvidas têm sido historicamente, distanciadas do seu foco principal- a escola, a sala de aula e o aluno, as condições atuais relativas querem as novas demandas socioeconômicas e culturais do mundo atual, quer as novas políticas publicas nacionais para educação exigem nova postura no redirecionamento de suas ações, a fim de se ter um ensino de qualidade para todos.
A dimensão pedagógica do processo educacional merece, portanto, ser ponto de reflexão para todos os envolvidos com a administração do município. Segundo Libâneo (2001), a participação por garantir a gestão democrática da escola, pois é assim que todos envolvidos no processo educacional da instituição estarão presentes tanto nas discussões e construção de proposta (Plano, Programas, Projetos, Ações e Eventos) como no processo de implementação, acompanhamento e avaliação.
Reconhecer uma nova filosofia de gestão implica na ruptura de paradigmas tradicionais e automaticamente nos leva a questionar sobre os aspectos relacionados à gestão democrática, que supostamente vem sendo adotada em algumas escolas d rede publica do Brasil.
Esse trabalho enfoca, portanto, a importância da gestão democrática. Nessa perspectiva deve responder a seguinte questão: Que contribuição o trabalho do coordenador pedagógico pode trazer para melhoramento da prática educativa da instituição escolar, com ênfase no processo de uma gestão democrática?

RESUMO: O estudo sobre a gestão democrática na perspectiva de contribuir para uma organização e melhoria da prática pedagógica, com integração dos vários segmentos que fazem parte do processo educativo, foi o objetivo de pesquisa deste trabalho, considerando a lei 9394/96 – LDB, que expressa o principio da gestão democrática instituída na legislação vigente, autonomia escolar e a proposta pedagógica aparecem reforçando dentro da instituição educativa a necessidade de um planejamento participativo com efetivação de todos que circundam a comunidade escolar com ênfase na formação e atuação dos conselhos escolares. Autonomia da escola é construída pela efetivação da ação dos sujeitos locais e não da determinação legal. Nessa perspectiva, o grupo gestor deve estar atento a promover interações significativas e assumir a partilha de responsabilidades, tornando competente o seu fazer pedagógico. Tudo isso é possível e se concretiza através da construção coletiva do projeto político pedagógico, sendo esse determinante no processo de gestão democrática. Evidenciamos que o projeto político pedagógico construído coletivamente é um grande instrumento para escola superar o isolamento, a histórica pratica individualista e, portanto, a fragmentação do trabalho no seu interior. A coordenação pedagógica desempenha o papel de mediadora desse processo. É necessário que o espaço de reuniões pedagógicas sejam garantidos para um melhor acompanhamento das atividades docentes.











1- TEMA:

GESTÃO PEDAGÓGICA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM AÇÃO

2- DELIMITAÇÃO DO TEMA:

Perspectiva e desafios para a democratização da escola.

3- FORMULAÇÃO DO PROBLEMA:
Que contribuição o trabalho do coordenador pedagógico pode trazer para melhoramento da prática educativa da instituição escolar, com ênfase no processo de uma gestão democrática?

4- OBJETIVOS: GERAL E ESPECIFICOS

4.1- OBJETIVO GERAL: Contribuir para organização e melhoria da prática pedagógoica proporcionando a integração dos vários segmentos no processo de uma gestão democrática, proporcionando a integração dos vários segmentos na gestão de planejamento participativo

4.2- OBJETIVOS ESPECIFICOS:


Discutir os fatores que favorecem a resistência dos professores ao ato de planejar
Proporcionar a capacitação continuada para os professores/coordenadores.
Reconhecer a divisão de responsabilidades como uma iniciativa para a conquista de uma gestão democrática.
Reconhecer a importância do planejamento participativo na busca da autonomia escolar.
Valorizar a contribuição do coordenador através do acompanhamento no processo de ensino - aprendizagem.
Reconhecer a contribuição de todos os segmentos na construção de uma gestão democrática.
Refletir sobre a função social da escola e perceber a necessidades de mudanças.

5- JUSTIFICATIVA:
O planejamento faz parte das atividades humanas e suas concepções tanto pode estar ligadas a idéia de transformação como ás de manutenção.
Sabemos da importância do planejamento participativo dentro de uma instituição de ensino, na medida em que seu núcleo é o conhecimento, sendo esse considerado numa abordagem crítica, criativa, significativa e duradora. Esse, constitui a finalidade da práxis educativa. É preciso envolver os diversos sujeito responsável pela escola e criar laços de interação, dividir responsabilidade que consequentimente resultará em uma grande autonomia, sendo essa, uma prática bastante desafiadora, porém necessária. Pensar o trabalho coletivamente significa construir mediações capazes de garantir que os obstáculos não se constituam em imobilismo,que as diferenças não sejam impeditivas da ação educativa, coerente,responsável e transformadora.
Nesse processo a instituição firma sua identidade que implica em buscar o objetivo comum que é o desenvolvimento integral do aluno e o sucesso da escola através da implementação de um projeto político pedagógico que contemple os interesses e anseios coletivos.
Nesta perspectiva, na atualidade pode-se inferir que o papel do supervisor está atrelado à gestão da escola como um todo. Uma vez que ele busca junto com o grupo gestor minimizar as eventuais dificuldades do contexto escolar em relação ao ensino-aprendizagem e demais aspectos da instituição.
Portanto o presente trabalho de pesquisa pretende analisar como vem sendo organizado o planejamento, a função supervisora na instituição escolar enfatizando a necessidade da construção do Projeto político pedagógico na perspectiva de melhoria da instituição em seus diversos aspectos.








6- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

A ESCOLA NO CONTEXTO SOCIAL
A organização social é uma condição indispensável ao homem. Existe uma unidade dialética entre homem e natureza sendo o trabalho ou a produção o centro dessa unidade. Nesta produção o homem é agente e produto da própria ação.
Nesse sentido a organização escolar é uma das formas de educar criada pela sociedade. É a educação institucionalizada. Esta é um elemento da estrutura social.
Portanto, para compreender a evolução do pensamento pedagógico brasileiro e a formação de valores da sociedade, é imprescindível remontar-se á história da educação brasileira, da formação de professores, enfim do contexto histórico.
Sobre isso Freire (1967, p.47), em “Educação como prática de liberdade” afirma que:
“O contexto é o processo de desenvolvimento econômico e o movimento de superação da cultura colonial”.
Dessa forma podemos compreender os papeis desempenhados pela educação formal no processo de sua história. O desenvolvimento do ensino e aprendizagem assim como outros valores que estiveram presentes, que explicam em grande parte o rumo tomado e conceitos existentes no tempo presente.
Inicialmente, por ocasião do período colonial brasileiro vigente, de 1500 a 1822, encontramos a predominância em território brasileiro de uma educação dirigida a elite e a pregação da fé católica oferecidas pelos padres jesuítas cujos olhos estavam voltados para a educação dos filhos das famílias tradicionais e, para o ensino das crianças indígenas do sexo masculino, (São Paulo, l946).
Dessa atuação dos jesuítas foram fundadas as bases da educação e grande parte dos valores do pensamento pedagógico brasileiro.
Para compreender a função social da escola, é importante situá-la no mundo moderno, observando os múltiplos papéis exercidos por ela ao longo do tempo. Á primeira vista verificamos que, mesmo cumprido a tarefa básica de possibilitar o acesso ao saber, sua função social apresenta variações em diferentes momentos da história, expressando diferenças entre sociedade, países, povos e regiões.
A escola foi à instituição que a humanidade criou para socializar e saber sistematizado. Isso significa dizer que é lugar onde, por principio, é vinculado ao conhecimento que a sociedade julga necessário transmitir ás novas gerações. Nenhuma outra forma de organização até hoje foi capaz de substituí-la. Assim, é preciso ousar construir uma escola onde todos sejam acolhidos e tenham sucesso.
Foi apenas há cerca de 200 anos com as idéias da revolução Francesa e da democracia, que a escola passou a ser compreendida como uma instituição importante, não apenas para filhos das elites, como para os filhos das camadas trabalhadoras.
Tanto a revolução francesa como o movimento pela independência dos Estados Unidos representam mudanças na natureza dos processos de participação popular, rompendo com o modelo aristocrático anterior. A partir desses, importantes marcos políticos nos países, a busca da democracia intensificou-se.
Há uma ligação muito forte entre escola e democracia. Por isso, costuma-se dizer que foi a partir de então que começou a longa lida para transformar uma escola para poucos em escola para todo.

CONCEITO DE PLANEJAMENTO

Nas últimas décadas, em comparação com o que ocorreu desde o homem primitivo até os nossos dias, houve uma vertiginosa e fulminante aceleração do processo de desenvolvimento mundial. Essa mudança veio a exigir intensificação das relações humanas, aumento da atividade e necessidade de maiores conhecimentos.
Para melhor corresponder os imperativos do momento e compreender a vida em sociedade, o homem precisa, basicamente, de reflexão e planejamento. Pela reflexão o homem desenvolve níveis cada vez mais aprimorados de discernimento, compreensão e julgamento da realidade, favorecendo a conduta inteligente em situações novas de vida. Pelo planejamento o homem organiza e disciplina sua ação, partindo sempre para realizações mais complexas, produtivas e eficazes, tendo presente que:
(...) é impossível enumerar todos os tipos e níveis de planejamento necessário â atividade humana. Sobre tudo porque, sendo a pessoa humana condenada, por sua racionalidade, a realizar algum tipo de planejamento, está sempre ensaiando processos de transformar suas idéias em realidade. Embora não o faça de maneira consciente e eficaz, a pessoa humana possui uma estrutura básica que a leva a divisar o futuro, a analisar a realidade a propor ações e atitudes para transformá-la. (GANDIN DANILO, 1993)

Dessa forma, explicitar as idéias que dão significado básico em relação ao planejamento e suas implicações no contexto de sala de aula é de suma importância, pois essas idéias são amplamente discutidas nos dias atuais, porém um dos complicadores para o exercício na prática de planejar parece ser a compreensão de conceitos e uso adequado deles.
Para uma compreensão mais abrangente do significado de planejamento, segue uma seqüência de definições. Segundo Gandin (l993, P.18-19):
a) Planejar é transformar a realidade numa direção escolhida;
b) Planejar é organizar a própria ação (de grupo, sobretudo);
c) Planejar à implantar um processo de intervenção na realidade;
d) Planejar é agir racionalmente;
e) Planejar é dar clareza e precisão à própria ação (de grupo, sobretudo);
f) Planejar é explicitar os fundamentos da ação de grupo;
g) Planejar é por em ação um conjunto de técnicas para racionalizar a ação;
h) Planejar é realizar um conjunto de ações, propostas para aproximar uma realidade de um ideal;
i) Planejar é realizar o que é importante (essencial) e, além disso, sobreviver {...}
Fazendo uma análise das várias definições que foram abordadas anteriormente sobre o conceito de planejamento, podemos perceber e destacar pontos relevantes entre eles: todo planejamento possui teoria e prática e este não é neutro, pois há um objetivo a alcançar e uma realidade a transformar, assim o ato de planejar exige uma tomada de decisão.
Planejamento é um processo a ser construído e esta característica parece ser a mais importante, visto que planejar não é algo estanque, mais uma ação gradativa sistemática, integrando-se num processo global.
Nesse sentido devemos acreditar que o planejamento representa uma primeira aproximação de medidas adequadas a uma determinada realidade e que através de sucessivos replanejamentos se torna cada vez mais apropriado para enfrentar a problemática desta realidade.
A educação é hoje concebida como um fator de mudança, renovação e progresso. Diante dessas abordagens deve se enfatizar cada vez mais a importância do planejamento no setor educacional como recurso principal de toda organização. Esse se torna cada vez mais o fundamento de toda ação educacional.
Se tratando de planejamento (Padilha 2001, p. 33) em uma de suas contribuições diz que: planejamento de ensino é processo de decisão sobre a atualização concreta dos professores, no cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo ações e situações em constantes interações entre professor e alunos e entre os próprios alunos.
. Dessa forma, o professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe que deve participar elaborar e organizar planos em diferentes níveis de complexidade para entender em classe seus alunos. Pelo envolvimento no processo ensino-aprendizagem, ele deve estimular a participação do aluno, afim de que este possa realmente efetivar uma aprendizagem tão significativa quanto permitam.
No entanto, para fazer essa mediação pedagógica o professor precisa acompanhar o processo de ensino aprendizagem do aluno, ou seja, entender seu caminho, seu universo cognitivo e afetivo, como sua cultura, história e contexto de vida.
Na opinião de Sant’Ana (1995, p. 19) esse nível de planejamento trata do processo de tomada de decisões bem informadas que visem a racionalidade das atividades do professor e do aluno, na situação de ensino aprendizagem..

Em sentido mais amplo pode-se afirmar que planejar é um processo que “visa dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meio na perspectiva de superá-lo de modo a atingir objetivos predeterminados pensando e prevendo necessariamente futuro”, mais considerando as condições do presente, mais experiências do passado, os aspectos contextuais e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e político de quem planeja e com quem se planeja. (Padilha, 1998, P.63)


PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E OBJETIVOS

Diante do enunciado mostra-se as suas principais características e evita a improvisação, prever o futuro e estabelece caminhos que busque um norte cada vez mais seguro para execução de ações educativas, prevê o acompanhamento e avaliação da própria ação, pois planejar e avaliar anda junto.
Considerando os vários aspectos do planejamento integral da educação, é primordial que em nenhum caso, ajam interesses pessoais ou de grupos que possam desviá-los de seus fins essenciais que vão contribuir para dignificação do homem e para os diversos aspectos do desenvolvimento. Este prevê a estruturação e o funcionamento da totalidade do sistema educacional, determina as estratégias da política nacional da educação.
São objetivos do planejamento educacional, segundo Joanna Coaracy:
• “relacionar o desenvolvimento do sistema educacional, com o desenvolvimento econômico, social, político e cultural do país, em geral, e de cada comunidade, em particular;
• estabelecer as condições necessária para o aperfeiçoamento dos fatores que influem diretamente sobre a eficiência do sistema educacional (estrutura, administração, financiamento, pessoal, conteúdo, procedimentos e instrumentos);
• alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos meios mais adequados para atingi-los;
• conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema”.
Faz-se necessário ressaltar que o planejamento educacional, é visto como um processo contínuo que se preocupa com o “para onde ir” e quais os caminhos possíveis que possibilitam chegar lá, tendo em vista a situação presente e possibilidade futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades do desenvolvimento da sociedade quanto às do indivíduo.


RESISTÊNCIA AO PLANEJAMENTO

{...} a crítica permanente em que implica o planejamento, transforma-o num instrumento que possibilita a superação das rotinas, dando a ação humana uma reorganização contínua e consciente (RAYS, 1999. P.32)
Educadores educacionais, como também outros educadores indicam certas dificuldades e limitações que afirmam que os impedem de planejar seu trabalho. Essas dificuldades e limitações são de natureza e origem variada como, por exemplo, falta de tempo, pressões do ambiente para que sejam realizadas tarefas de resultados imediatos, condições inadequadas no contexto da escola para realização de um trabalho de sentido pedagógico mais amplo, entendimento limitado da importância do papel do planejamento, falta de habilidade necessária ao planejamento.
Há um reconhecimento da necessidade de uma organização do planejamento em todas as áreas de trabalho, principalmente quando se refere à área pedagógica, para que essa possa efetivar-se no alcance de seus resultados pretendidos.
Embora muitos educadores vivam sua prática como pesquisadores na perspectiva de melhorá-la cada vez mais, há aqueles que se distanciam dessa experiência sem comprometer-se com ela.
Verifica-se a resistência de alguns profissionais da educação em assumir essa prática, portanto se faz necessário que o educador perceba a necessidade de superar essas limitações e isso só é possível através da revisão critica de seus motivos e atitudes em relação ao planejamento. Percebe-se que o próprio fator de resistência determina um problema, que para sua superação precisa-se de um processo de planejamento, isto é, um esforço no sentido de identificar tal problemática, de caracterização de vários setores a elas associadas, de analise das relações desses fatores sobre o estabelecimento de esforços para vencer a resistência. Em se tratando do tempo para planejamento é importante que se valorize, otimize o mesmo e se atente para garantir os resultados desejados, considerando esses resultados a médio e longo prazo e não como imediatista (Lück l99l).
Nesse sentido, atuar sobre o controle do tempo e considerar a flexibilidade na resolução dos problemas é tarefa interessante, visto que todo planejamento faz parte de um processo construtivo e seus resultados vão acontecendo parcialmente.
Acreditamos que o planejamento realizado com seriedade e determinação de aplicação, traz contribuições significativas que compensa todo esforço nessa atividade de organização.
Planejar, em educação, envolve também habilidades de trabalho em grupo, de envolvimento de pessoas e de articulação de seus esforços, uma vez que, sendo uma ação coletiva, implica que seja feita de forma participativa.
Nesse sentido cabe ao grupo gestor e em especial o coordenador pedagógico está atento para interagir com os professores de forma a garantir uma melhor organização desse trabalho visto que a própria LDB no artigo 34 atenta para a instituição do tempo,dentro da jornada de trabalho do professor ,para a realização de atividades de planejamento..


ESTÃO DEMOCRÁTICA

Pensar o trabalho coletivamente significa construir mediações capazes de garantir que os obstáculos não se constituam em imobilismo, que as diferenças não sejam impeditivas da ação educativa coerente, responsável e transformadora.
A autoconfiança é o primeiro requisito para grandes realizações. A proposta de uma política democrática na educação é uma luta antiga que os educadores travam contra modelos autoritários de gestão, entre as décadas de 60 a 80, o tema da participação e de democratização da gestão escolar tomou parte das discussões dos debates pedagógicos, tanto no setor publico, quanto no setor privado. Segundo (Viana, 1986) nessa época, experiências isoladas de gestão colegiadas de escolas sempre existiram, mais não tiveram um impacto maior sobre o sistema de ensino. Ainda na década de 80, o tema, relacionado à gestão foi muito debatido na luta pela constituição de 1988, data da prolongação da constituição brasileira que consagrou o principio da gestão pública democrática. Nesse sentido a Lei de nº 9394/96- LDB,expressando o principio constitucional de gestão democrática do ensino publico, atribui, como uma das principais incumbências da escola, responsabilidades de elaborar e executar a sua proposta pedagógica.
Esta existência da lei estar, por sua vez, fortemente vinculada ao principio constitucional da gestão democrática que se expressa na LDB de forma bastante explícita no Art. 15 ao afirmar: ”Os sistemas assegurarão as unidades escolares publicas de educação básica, que os integram, progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira observada às normas gerais do direito financeiro publico”. Assim, como observa Azanha (1997), a LDB representa um extraordinário projeto já que, pela primeira vez, autonomia escolar e proposta pedagógica aparecem vinculadas em um texto legal.
Nesse sentido devemos nos aproximar dos elementos que são intrínsecos à elaboração de uma proposta pedagógica que contemple os princípios da gestão democrática: Ser construídas de forma coletiva e contar com a participação efetiva de todos o que compõem a comunidade que circundam a escola, representantes do conselho escolar. Por isso é que Azanha afirma: “A existência de uma proposta pedagógica produzida coletivamente assumida como diretriz que pauta as atividades desenvolvidas por todos os seguimentos da comunidade, pode – se dizer que é condição básica para autonomia escolar.”
”Portanto: a autonomia da escola é efetivamente construída na medida em que resulta da ação dos sujeitos locais e não da determinação legal. É claro que quando a autonomia da escola aumenta, também cresce seu nível de responsabilidade em relação a comunidade onde ela está inserida.E nesse sentido podemos dizer também que a autonomia da escola acontece á medida que existe também a capacidade de a instituição assumir responsabilidades,tornando competente o seu fazer pedagógico.
Em outras palavras a escola é autônoma quando mostra - se capaz de responder por suas ações de prestar contas de seus atos, de realizar seus compromissos e de estar comprometida com eles, de modo a enfrentar entraves e dificuldades (Heloísa Luck, 2000, p.11)
Nesse processo de democratização, entende-se que o gestor deve fazer uma re-leitura de suas atribuições, a fim de rever algumas atitudes equivocadas no trato
educativo e, assim, traçar metas compatíveis com um ensino que esteja voltado ao desenvolvimento pleno das competências dos educandos. Sendo assim, é preciso enfatizar as considerações de Leurquin (2002) acerca dos novos pilares concebidos pela UNESCO para a formação do cidadão, que consistem basicamente em "aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser". Esse é, portanto, o paradigma sugerido para que
a educação seja redimensionada no sentido de que os princípios de cidadania sejam exercidos na sua plenitude. Dessa forma, é imprescindível que essa auto-
avaliação sirva de embasamento para subsidiar sua atuação no sentido de partilhar saberes e poderes, uma vez que reconceituando sua prática, haverá conseqüentemente, o redimensionamento de uma gestão que concebia sua atuação no autoritarismo. A esse respeito Neves (1995, p. 98) adverte que,

A autonomia da escola é, pois, um exercício de democratização de um espaço público: é delegar ao diretor e aos demais agentes pedagógicos a possibilidade de dar respostas ao cidadão (aluno e responsável) a quem servem. A autonomia coloca na escola a responsabilidade de prestar contas do que faz ou deixa de fazer, sem repassar para outro setor essa tarefa e, ao aproximar escola e família, é capaz de permitir uma participação realmente efetiva da comunidade, o que caracteriza como uma categoria eminentemente democrática.
Nessa perspectiva, a autonomia apresenta-se como um norte a ser perseguido, no sentido de construir uma escola que esteja centrada numa postura democrática.
Assim sendo, a figura de gestores que descentralizam as ações no âmbito escolar, constitui o elemento que fará a diferença na construção de um ensino competente e inovador. Em relação a essa questão é importante contemplar o que afirma Luck (2002) quando diz:
(...) Não se trata, apenas, de simples substituição terminológica, baseada em considerações semânticas.

Trata-se, sim, da proposição de um novo conceito de organização educacional. A gestão ressalta-se não se propõe a depreciar a administração, mas sim a superar
suas limitações de enfoque dicotomizado, simplificado e reduzido, e a redimensioná-la, no contexto de uma concepção de mundo e de realidade caracterizado pela visão da sua complexidade e dinamicidade, pela qual as
diferentes dimensões e dinâmicas são utilizadas como forças na construção da realidade e de sua superação.
Vale destacar ainda que essa transição não se resume simplesmente ao emprego de um novo termo - "Gestão educacional" -, mas sim que esse paradigma a ser
implementado, sugere uma nova postura que, por conseguinte, utilizará as diretrizes antes praticadas pela "Administração escolar", visto que essa conduta é
imprescindível para a organização da escola. Todavia, a sua dimensão será muito mais abrangente, pois, envolverá o coletivo nos questionamentos e decisões, como forma de torná-los co-responsáveis pelo processo educativo.
Considerando esse novo perfil a ser construído, acredita- se que liderar não se restringe, tão somente, às ações meramente administrativas e burocráticas, ao contrário, a concepção que se tem a esse respeito é que a gestão que o novo milênio exige é aquela que atua em parceria com todos os segmentos que compreende a escola. Desse modo, é bom lembrar o que afirma Rosas (2001) quando diz que é imperativo estabelecer um horário específico na escola para que o coletivo possa colocar em prática as ações que julgarem necessárias no intuito de oferecer uma aprendizagem significativa, então, é preciso,

(...) estabelecer espaço e tempo para a discussão da
política pedagógica, na escola, objetivando o
amadurecimento e a interação dos profissionais, pais e
alunos com vista a desenvolver um projeto político
pedagógico e um planejamento participativo, determinado
no calendário escolar ou definido pela comunidade,
democraticamente, garantindo o acesso aos seus direitos,
conhecimento e exercício de seus deveres, fazendo de
todos co-partícipes e co-autores no processo educacional.
Assim sendo, entende-se que a escola que tem como parâmetro melhorar a qualidade do ensino fará dessa parceria e co-responsabilidade o seu diferencial, para tanto, é essencial que se crie um espaço no qual o coletivo possa opinar, elencar prioridades e deliberar ações no sentido de contribuir eficazmente para o
sucesso do ensino ministrado. Nesse contexto, acredita- se que esses fatores serão, certamente, os elementos facilitadores na construção de uma escola que se
intitula democrática e cidadã.
A construção do Projeto Político Pedagógico se presta a esse processo, uma vez que sua elaboração pressupõe rupturas com o autoritarismo que impera ao longo dos tempos no sistema educacional, tanto na esfera estadual, quando indica gestores sem as competências inerentes a prática educativa, como também, no contexto escolar, quando as decisões estão centradas na figura do gestor.
Nesse sentido, fica evidente que essa postura descaracteriza a função da escola que é formar cidadãos críticos, reflexivos e conscientes de seus direitos e
deveres. Sobre essa questão Gadotti (1994, p. 579) diz que,

Todo projeto pressupõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a
determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ações possíveis, comprometendo seus atores e autores.
É importante frisar que esse parâmetro de qualidade, somente se efetivará, quando as esferas governamentais compreenderem a educação como a ponte que nos levará a tão sonhada transformação social. Enfim, fica notório que a implementação de um Projeto Pedagógico deve está alicerçado em políticas educativas inovadoras, pois, será essa postura que redimensionará o ensino, uma vez que estabelece diretrizes que nortearão a prática pedagógica e fomentará um novo aprendizado nos seus atores e, assim, possibilitará um trabalho coletivo.
É nesse contexto que se coloca a importância de se considerar a expressiva contribuição que o Projeto Político Pedagógico oferece para a efetivação de uma
nova gestão, seja ela administrativa, de aprendizagem ou outra. É, sem dúvida, uma atitude desafiadora e coerente com as exigências estabelecidas para a educação, visto que o mesmo se caracteriza como sendo um instrumento de
caráter democrático. Assim, como o próprio nome sugere educação (educa-ação) significa, pois, educar para uma ação, isto é, a escola que se caracteriza como uma instituição formadora deve priorizar um ensino que capacite o educando a atuar
na sociedade de modo a exercer a sua cidadania plenamente, para isso, é essencial que e avaliem posturas antagônicas ao processo de implantação do projeto.
GESTÃO PARTICIPATIVA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Cabe destacar que sendo a Gestão Democrática o foco de interesse de um ensino de qualidade, necessário se faz que haja uma intervenção constante dos Conselhos Escolares, como: o Conselho de Diretor, o Conselho de Ciclo e o Caixa Escolar, que por sua vez, tem um papel importantíssimo no diagnóstico e resolução de problemas inerentes ao processo ensino-aprendizagem sobre questões administrativas.
Com base no panorama ora descrito, percebe-se que assim como o gestor, o papel do educador frente aos desafios que surgem no contexto educativo é de extrema importância. Por isso, a concepção que se tem acerca desse novo perfil é que o educador será o agente facilitador que compreende a sua prática como via de acesso à construção do saber sistematizado, para tanto, sua atuação deve está pautada nos princípios de investigação, mediação e intervenção para que possa contribuir significativamente no processo evolutivo da criança, adolescente e/ou adulto.
É bom lembrar que essa atuação só terá êxito se houver o desejo explícito por uma capacitação continuada, assim sendo, uma ação concreta do Ministério da Educação e Cultura - MEC em parceria com os governos estaduais e municipais viabilizaria essa formação. Para isso, seria necessário rever a estrutura, fundamentação teórica e preparação dos professores que ministrarão esses cursos, uma vez que os mesmos não atendem as expectativas que está sendo delineado no contexto educativo. Por outro lado, seria interessante que essa formação se estendesse à escola através de que um acervo bibliográfico destinado aos docentes, pois, dessa forma estaria contribuindo para o crescimento intelectual desses profissionais.
É importante ressaltar que, além dos fatores anteriormente mencionados, há outras questões de caráter político-pedagógico que deverão compor o Projeto da
escola, trata-se da participação efetiva da família na escola; da inclusão dos Portadores de
Necessidades Educativas Especiais - PNEE, que ao longo dos tempos, tem sido entendido como um mecanismo que apenas agrega, quando na verdade, deveria incluir; da informatização da escola; da inovação dos procedimentos da TV Escola, pois, sua utilização se restringe apenas a condição de um suporte tecnológico, quando na verdade, deveria atender aos interesses dos educandos e dos professores no sentido de possibilitar novos conhecimentos e intensificar os que já existem; da implantação de uma Sala de Leitura que oportunize, muito mais que um espaço de pesquisa, que seja um ambiente acolhedor e motivador, que venha suscitar no educando o prazer pelo hábito da
leitura e, por fim, fazer parceria com profissionais de diversas áreas, como: psicólogo, psicopedagogo, Conselho Tutelar, órgãos privados, a fim de oferecer melhores condições de aprendizagem.
Na atual conjuntura social, a escola que norteia suas ações sob a ótica de uma Gestão Democrática, e que, por conseguinte, está respaldada num Projeto Pedagógico, surge como uma concepção inovadora que, certamente, viabilizará o processo ensino-aprendizagem e que, por sua vez, romperá gradativamente com as distorções que a sociedade impõe quando restringe à classe elitista o acesso aos suportes didáticos-tecnológicos a uma pequena parcela da população, visto que são concebidos como instrumentos facilitadores na aquisição do saber.
Em suma, constata-se que a escola precisa redimensionar sua prática, portanto, é imperativo pautar sua atuação numa Gestão descentralizadora na qual as ações coletivas estejam contempladas num Projeto Pedagógico, contudo, não se deve perder de vista que o mesmo é um objeto de estudo permanente e flexível. Como diz Gadotti (1998, p. 16) "(...) não se constrói um projeto sem uma direção política, um norte, um rumo (...). O projeto pedagógico da escola é, assim, sempre um processo inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade que permanece como horizonte da escola".
Nesse processo, a escola atua como um espaço de construção coletiva no qual o poder de decisão é compartilhado, objetivando difundir no contexto escolar
a nova postura pertinente a um ensino de qualidade que dará, por conseguinte, as ferramentas necessárias ao educando para atuar em pé de igualdade no mercado
competitivo que temos na atualidade, pois, Gestão Democrática só se faz com interação e ação coletiva.

Nesse sentido, e em conformidade com os artigos 12, 13, 14 da LDB número 9394/96, a gestão do projeto da escola é responsabilidade compartilhada de maneira que todos os profissionais da escola são gestores do seu projeto. A gestão democrática mediante participação coletiva é principio que se aplica tanto ao projeto pedagógico institucional – PPI quanto ao projeto pedagógico de curso – PPC na educação superior.

APRENDIZAGEM E PROJETOS
O projeto político pedagógico é o plano Global da instituição entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de planejamento participativa que se aperfeiçoa e se objetiva na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar, a partir de um posicionamento quanto a sua intencionalidade e de uma leitura da realidade. Trata-se de um importante caminho para construção da identidade da instituição. É um instrumento teórico metodológico, para transformação da realidade (Vasconcelos p.169).

A proposta pedagógica pode ser concebida como a própria escola em movimento, que constrói no dia - a - dia, seu trabalho educativo, discute coletivamente seu problemas, suas responsabilidades de solução e, define de forma participativa as responsabilidades pessoais, coletivas a serem assumida para consecução dos objetivos estabelecidos.Vários estudos conduzidos tanto no Brasil quanto em outros países (Tedesco, 1997) Indicam como uns dos fatores de sucesso da escola a existência de uma proposta pedagógica construída coletivamente e em funcionamento.
A proposta possibilita a integração da comunidade escolar em torno de objetivos comuns nascido das reais necessidades da escola, influencia na aprendizagem não só de alunos e de professores, mas constitui-se de fato, em frente de múltiplas aprendizagens para todos os que dela participam: estudo, preparação acompanhamento e avaliação do trabalho escolar (Vasconcelos, 2006)
A idéia de projeto envolve antecipação de algo desejável que ainda não foi realizada, traz a idéia de passar uma realidade que ainda não aconteceu. O processo de projetar implica analisar o presente como fonte de possibilidades futuras (Freire e Prado 1999). Tal como vários outros sugerem a origem da palavra projeto deriva do latim projectus, que significa algo lançado para frente. A idéia de projeto é próprio da atividade humana, da sua forma de pensar em algo que deseja tornar real, portanto projeto é inseparável do sentido da ação. ( Almeida 2002) destaca que não se pode ter projeto pelo outros. É por essa razão que enfatizamos a possibilidade do professor ter o seu projeto de sala de aula, não significa que este deverá ser executado pelo o aluno. Cabe ao professor elaborar projetos para viabilizar a criação de situação que propicie aos alunos desenvolver seus próprios projetos. Por exemplo, o projeto do professor pode ser descobrir estratégias para que os alunos construam seus próprios projetos tendo em vista discutir sobre uma problemática de seu cotidiano ou de um assunto relacionado com os estudos de certo disciplina, levando em conta o uso de diferentes mídias disponíveis no espaço escolar.

Isso significa que o projeto do professor pode ser constituído pela própria pratica pedagógica a qual será antecipada (relacionando as referências das experiências anteriores e as novas possibilidades do momento), colocada em ação, analisada e reformulada. De certa forma, essa situação permite ao professor assumir uma postura reflexiva e investigativa da sua ação pedagógica e, portanto caminhar ao sentido de reconstruí-la com vista a integrar o uso das mídias numa abordagem interdisciplinar.
Por isso, é necessário compreender que no trabalho por projetos as pessoas se envolvem para descobrir ou produzir algo novo, procurando respostas a questões ou problemas reais.
A pedagogia de projetos deve permitir que o aluno aprenda fazendo e reconheça própria autoria naquilo que produz por meio de questões de investigação que lhe impulsionam a contextualizar conceitos já conhecidos e descobrir outros que emergem durante o desenvolvimento do projeto. Nessa situação de aprendizagem o aluno precisa selecionar informações significativas, tomar decisões, trabalhar em grupo, gerenciar confronto de idéias. Enfim, desenvolver competências interpessoais para aprender de forma colaborativa com seus pares.
Do ponto de vista de aprendizagem por projetos, Prado (2001) destaca a possibilidade de o aluno recontextualizar aquilo que aprendeu, bem como estabelecer relação significativas entre conhecimentos. Nesse processo o aluno pode ressignificar os conceitos e as estratégias utilizados na solução do problema de investigação que originou o projeto e, com isso ampliar o seu universo de aprendizagem.
Em se tratando dos conteúdos, a pedagogia de projetos è´`vista por seu caráter potencializador da interdisciplinaridade. Isso de fato pode ocorrer, pois o trabalho com projetos permite romper as fronteiras disciplinares, favorecendo o estabelecimento de elos entre as deferentes áreas do conhecimento numa situação contextualizada da aprendizagem. No entanto, muitas vezes o professor atribui valor para as práticas interdisciplinares, e com isso passa a negar qualquer atividade disciplinar. Essa visão é equivocada, pois,Fazenda (1994) enfatiza que a interdisciplinaridade se dá sem que haja perda da identidade das disciplinas.
Uma abordagem de educação que propicia o processo de reconstrução do conhecimento para a compreensão da realidade no sentido de resolver sua problemática trata o conhecimento em sua unicidade, por meio de inter-relações entre idéias, conceitos teorias e crenças, sem dicotimizar as áreas de conhecimento entre si e tampouco valorizar uma determinada área em detrimento de outra.
Isso evidencia a necessidade de trabalhar com o desenvolvimento de competências e habilidades, as quais se desenvolvem por meio de ações e de vários níveis de reflexão que congregam conceito e estratégias, incluindo dinâmicas de trabalho que privilegiam a resolução de problemas emergentes no contexto ou desenvolvimento de projetos.
A escola precisa preocupar-se em atender as necessidades especifica da comunidade na qual esta inserida, planejando seu trabalho a media a e longe prazos, com a finalidade construir um identidade própria. Essa identidade tem um nome: projeto pedagógico.
A escola publica necessita de uma gestão que, partindo da construção do projeto pedagógico possibilite a mesma alcançar sua finalidade, concretizando sua função social:promoção da cidadania, o desenvolvimento pleno e o sucesso dos alunos. E para concretizar o que pretende, a escola necessita de um planejamento que organize o seu trabalho escolar e sua pratica pedagógica, de modo que as ações implementadas se articulem, promovendo uma educação de qualidade conforme a proposta no projeto pedagógico pelo coletivo escolar. Vale ressaltar que essa construção do projeto passa por um processo de avaliação que permite ao grupo caminhar do real para ideal, desenvolvendo ações viáveis, possíveis de serem implementadas, portanto ações, desde o diagnóstico até a execução das mesmas. Essa construção coletiva busca constantemente a autonomia da escola. Nesse sentido a disciplina Metodologia do Ensino Superior traz subsídios que contribuem para um novo olhar sobre a educação,assim ,direciona caminhos e nos faz refletir nossa caminhada como educadores, que vem de encontro com o perfil do profissional que somos ,que pretendemos ser e que queremos formar.A democratização das escolas é um passo decisivo para a melhoria das nossas práticas educativas.
É importante salientar que, nas atividades diárias o método tem sido utilizado com o propósito de organizar as atividades cotidianas, tais como: Definir o melhor caminho a seguir, planejar o aprendizado de determinadas tarefas etc. Quando se realiza um estudo cientifico o método ajuda a definir racionalmente o caminho adequado para a obtenção dos resultados de uma pesquisa através de um projeto previamente elaborado
Nesse caso, um projeto eficiente precisa definir o problema a ser investigado, as hipóteses levantadas, os objetivos da pesquisa, as etapas metodológicas com a devida definição dos tipos de pesquisas a serem adotadas, incluído-se aí, instrumentos de coletas de dados, amostragens, periodicidades, variantes etc.

A SUPERVISÃO ESCOLAR NUM CONTEXTO TRADICIONAL
Com a vinda dos primeiros jesuítas em 1549 dá-se início à organização das atividades educativas em nosso país. No plano de Ensino formulado pelo padre Manuel da Nóbrega está presente a função supervisora, mas não se manifesta, ainda, a idéia de supervisão. Mas no Plano Geral dos jesuítas, o Ratio Studiorum , que é adotado no Brasil especialmente após a morte de Nóbrega, ocorrida em 1570, já se faz a idéia de supervisão.
A função supervisora é destacada das demais funções educativas e destinada ao prefeito de estudos. É na década de vinte do século XX que se dá o surgimento dos profissionais da educação, isto é, o aparecimento dos “técnicos” em escolarização, constituindo-se como uma nova categoria profissional. A separação entre a parte administrativa e a parte técnica é condição para o surgimento da figura do supervisor como distinta do diretor e também do inspetor.
As Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras tiveram a tarefa de formar os professores das diferentes disciplinas das escolas secundárias, criando-se, em seu interior, o curso de pedagogia, com a incumbência de formar professores das disciplinas específicas do Curso Normal bem como os “técnicos de educação”. Por intermédio do Parecer N. 252/69 pretendeu-se especializar o educador numa função particular denominada “habilitação”. O curso de Pedagogia foi organizado na forma de habilitações, após um núcleo comum centrado nas disciplinas de fundamentos da educação. Foram previstas quatro habilitações: administração, inspeção, supervisão e coordenação.
Há muitas contribuições voltadas para o trabalho da supervisão escolar. Destas contribuições destacam-se Aguiar (1991), Pizarro (1999) e Rangel (2000). Para Pizarro, por exemplo:
A idéia de supervisão nasceu na indústria, com a finalidade de melhorar a qualidade e a quantidade de produção. Depois foi encampada pela educação, tendo em vista, um melhor desempenho da escola na sua ação educativa, atendendo as necessidades do educando e da sua comunidade. (1999 p.44).
Vista dessa forma a supervisão escolar, revestia-se de uma autoridade voltada para o planejamento e a organização de toda prática educativa do professor, controlando as tarefas executadas pelo mesmo, com a finalidade da melhoria do aprendizado do educando e contribuindo, desta forma, para alcançar as metas estabelecidas pelo sistema de ensino. A ação do supervisor era puramente técnica. Advinha dele a “competência” do conhecimento pronto e acabado.
Como se percebe a relação entre supervisor e professor, era estruturada através de um relacionamento totalmente vertical, ou seja, em uma cadeia hierárquica com determinadas funções burocráticas que se fundamentavam em um paradigma de administração tradicional que, de certa forma, estava inerente ao paradigma predominante daquela época, onde a escola tinha uma função de reproduzir os interesses da sociedade.
Assim era atribuído ao supervisor escolar o papel de garantir a eficiência no processo de formação do educando, mesmo de forma equivocada para o sujeito pertencente à época citada anteriormente. Como questiona Aguiar:

Será, então, essencialmente, o controle e a vigilância que se irão constituir em parâmetros da função supervisora, a qual buscará, na realidade escolar, os subsídios que, alimentando novos planejamentos, irão corrigir os desvios na tentativa de otimização do sistema. E nesse processo, baseado na “ideologia tecnocrática”, o supervisor irá relegar a dimensão pedagógica de sua prática para ir-se tornando, efetivamente, controlador dos planos governamentais. (1991 p. 92).

Mediante essa situação ocorreram várias mudanças, mesmo lentas, mas eficazes, no âmbito educacional. Os professores começaram a questionar sobre o modelo de supervisão em evidência e mostravam-se insatisfeitos, interagindo contra o processo. A partir daí questionou-se a “competência” do especialista “adquirida” no curso de pedagogia, em específico a competência do supervisor escolar. Na opinião de Rangel: “Sonha-se com a supervisão que acompanha [...] capaz de pensar e agir, com inteligência, equilíbrio, liderança, autoridade, “dominando” conhecimentos técnicos e de relações humanas.” (2000 p.75).
A busca por uma situação que incorporasse esses conceitos intensificou-se a partir das discussões e implementações, em documentos legais, baseados em princípios democráticos na educação brasileira, princípio na administração escolar.
Sabe-se que a sociedade está em constante mudança, porém é preciso preparar os novos sujeitos, para integrarem-se à nova sociedade que deveria ser essencialmente democrática. E é evidente que a educação é um dos meios que pode e deve contribuir para isto. Esta consciência de prática democrática, precisa ser orientada e exercida no espaço escolar.
É mister que a gestão democrática seja prioridade em instituições de ensino públicas ou privadas – estas como espaço que recebe autorização de funcionamento pelo órgão público - porque dela deve vir a consciência crítica da prática democrática que dispõe a LDB Nº 9.394/96 em seu artigo 3º, inciso VIII que diz: “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação do sistema de ensino”. ( BRASIL, 1996).
A democracia na escola, em princípio, faz-se necessária, porque fundamenta todas e quaisquer tomadas de decisões existentes no seu cotidiano. A gestão democrática, pois, deverá vir também da proposta de ensino, relacionando-a com a vida dos educandos, contextualizando-a, como bem define Paro:

A democracia, enquanto valor universal e prática de colaboração recíproca entre grupos e pessoas, é um processo globalizante que, tendencialmente, deve envolver cada indivíduo, na plenitude de sua personalidade. (2002 p.25).

A democracia é um movimento que deveria estar sendo vivenciada nas escolas, pois não se concebe mais escolas que vivam fechadas para a atual realidade da educação brasileira. A democracia, enquanto prática diária é importante, por permitir a expressão, a colocação de idéias e a participação de todos os envolvidos no processo escolar. Jamais a democracia deve ser interpretada como liberdade total. O excesso de liberdade acarreta em abuso e desordem, ela exige liberdade, mas clama por responsabilidade. Como afirma Squilasse:
A gestão democratizada sente a necessidade da presença do líder, do mediador, articulador das relações intersubjetivas, das vontades e dos conflitos. O poder do líder fundamenta-se na vontade coletiva dos agentes que devem ser em primeiro lugar cidadãos plenos para que possam romper as amarras da servidão aos interesses de manipulação. (1999 p.40).
Em consideração a esta afirmação do autor supracitado, entendemos que a supervisão pedagógica escolar tem condições de assumir esse papel mediador na promoção de uma gestão democrática escolar.
SUPERVISÃO ESCOLAR NUMA PERSPECTIVA DEMOCRÁTICA
O agir democrático do supervisor escolar faz o seu trabalho ser desenvolvido numa perspectiva de mudanças com bases na participação, cooperação, interação e flexibilidade, deixando de lado o seu perfil controlador sobre o trabalho alheio e assume uma postura problematizadora da prática pedagógica.
É nesta perspectiva que relacionamos o pensamento freireano sobre a prática desse profissional; segundo Freire “no momento em que o supervisor ou supervisora tomam como objeto da sua supervisão os aspectos mais formais, ou certos pormenores, da prática de seu companheiro, mas sem se comprometer com ela, então [...] aí os riscos para a burocratização são enormes” (1982, p. 94).
A atuação do supervisor escolar requer que ele esteja sempre em parceria junto ao professor e o aluno, não assumindo postura superior, mas, de educador no processo educativo. Deverá ser responsável pela sua pratica pedagógica avaliando-se intrinsecamente, ou seja, uma auto-avaliação, pois todo passo nunca é suficiente, precisa de outros passos consecutivamente, não podemos pensar que estamos prontos e acabados, pois somos sempre aprendizes.
Educação de qualidade é uma busca constante das instituições de ensino, para que isso se torne realidades são necessárias ações que sustentem um trabalho em equipe e uma gestão que priorize a formação docente contribuído para um processo administrativo de qualidade conforme Chiavenato (1997, p.101), “não se trata mais de administrar pessoas, mas de administrar com as pessoas.
As organizações cada vez mais precisam de pessoas proativas, responsáveis, dinâmicas, inteligentes, com habilidades para resolver problemas, tomar decisões. Nessa perspectiva devemos identificar as necessidades dos professores e com eles encontrar soluções que priorizem um trabalho educacional de qualidade, esse trabalho é desenvolvido pelo coordenador pedagógico. Esse profissional tem que ir além do conhecimento teórico, pois para acompanhar o trabalho pedagógico e estimular os professores é preciso percepção e sensibilidade para identificar as necessidades dos alunos e professores, tendo que se manter sempre atualizado, buscando fontes de informação e refletindo sobre sua prática como nos fala NOVOA (2001), “a experiência não é nem formadora nem produtora.
“É a reflexão sobre a experiência que pode provocar a produção do saber e a formação” com esse pensamento ainda é necessário destacar que o trabalho deve acontecer com a colaboração de todos, assim o coordenador deve estar preparado para mudanças e sempre pronto a motivar sua equipe. Dentro das diversas atribuições está o ato de acompanhar o trabalho docente, sendo responsável pelo elo de ligação entre os envolvidos na comunidade educacional. A questão do relacionamento entre o coordenador e o professor é um fator crucial para uma gestão democrática, para que isso aconteça com estratégias bem formuladas o coordenador não pode perder seu foco.
O coordenador precisa estar sempre atento ao cenário que se apresenta a sua volta valorizando os profissionais da sua equipe e acompanhando os resultados, essa caminhada nem sempre é feita com segurança, pois as diversas informações e responsabilidades, o medo e a insegurança também fazem parte dessa trajetória, cabe ao coordenador refletir sobre sua própria prática para superar os obstáculos e aperfeiçoar o processo de ensino – aprendizagem. O trabalho em equipe é fonte inesgotável de superação e valorização do profissional.
Diante do exposto vale ressaltar a minha primeira experiência como tutora/coordenadora pedagógica, através do Programa de Formação de Professores em Exercício (PROFORMAÇÃO) junto a mais seis colega. Foi um programa do Governo Federal. Sendo esse a distancia e financiado pelo Banco Mundial, com duração de dois anos, o qual teve como objetivo regularizar a vida funcional dos professores leigos em exercício de docência.
O referido programa propiciou fases presenciais de todos os módulos em Tucano-Bahia, na qual tinha sua sede. Os professores formadores que lá também residiam, orientavam os tutores e professores leigos introduzindo os módulos e direcionando alguns estudos para facilitar o trabalho tanto do professor, como também do coordenador.
Voltando ao nosso município havia um espaço onde se reuniam todos os tutores para o planejamento quinzenal dos estudos com os professores. Estes também apresentavam um memorial que relatava as experiências sugeridas e vivenciadas naquele período em relação ao estudo do professor e atividades práticas com os alunos. Essas atividades eram sugestões discutidas a partir da vivência de um vídeo que retratava uma temática e essa era adaptada pelos professores as suas turmas.
Os professores eram visitados quinzenalmente, alguns nem sempre tinham seus planejamentos em dias. Percebia-se certa dificuldade na organização didática das atividades como também certa desconexão entre algumas partes do planejamento. Outros professores demonstravam certa resistência em planejar suas aulas.
Nas visitas realizadas o tutor (a) procurava observar e dialogar com os professores sobre algumas competências que estavam relacionadas ao tema trabalhado. Esta estratégia facilitava o trabalho do professor e coordenador, pois ambos sabiam os critérios a serem analisados como, por exemplo: as atividades desenvolvidas demonstravam que a comunidade estava participando da vida escolar dos educandos; se a professora demonstrava ter uma boa relação com seus alunos; preocupava-se com atividades individualizadas atendendo o ritmo e as necessidades específicas dos educando.
Os coordenadores ou tutores fazem análise das atividades dos alunos por amostragem e procuram fazer as possíveis intervenções a fim de subsidiar o trabalho dos professores.Nos últimos anos essa prática de planejamento tem se fragmentado por questões de concepções do poder público em exercício e isso foi visto como certo descaso das ações pedagógicas no município de Quijingue Bahia.
Vale ressaltar algumas observações diretas de uma outra experiência com um grupo menor de professores durante quatro anos, prosseguindo’ com as mesmas estratégias de trabalho e tentando introduzir a metodologia a partir de projetos.Confesso que não foi tarefa fácil ,pois sempre que estávamos em atividades de planejamento e discutíamos o tema alguns objetivos , metodologia a ser a aplicada “tudo bem”,porém mesmo nos reunindo com uma certa freqüência alguns resultados se distanciavam do objetivo geral discutido.Algumas atividades não tinham uma certa organização didática e isso ficava claro nos registros diário.Em algumas turmas as atividades de matemática aparecem em dias alternados, outras disciplinas também aparecem em menor escala. Nos últimos anos o município adotou uma nova proposta -Educação do Campo, porém essa também se caracteriza pelo acompanhamento pedagógico ,que mais uma vez continuou ausente
Um fator que interfere muito na organização e acompanhamento desse trabalho é rotatividade do quadro de professores, que vem influenciando de forma negativa,pois podemos dizer que a “educação hoje está para todos ,mas nem todos estão para ela”.
Diante do quadro apresentado percebe-se uma grande desmotivação do grupo de coordenadores.Após uma avaliação realizada nas escolas rurais do município, de Quijingue-Bahia no período de junho a outubro de 2009, da referida proposta de trabalho em parceria com o MOC (Movimento de Organização Comunitária) com sede em Feira de Santana-Bahia, sendo esta proposta denominada CAT (Conhecer, Analisar e Transformar), verificou-se um quadro um tanto fragilizado em relação a: falta de entendimento e aplicação dos princípios da proposta; a cultura de práticas pedagógicas mais tradicionais; o planejamento não é dado à devida importância por alguns professores e o distanciamento entre proposta metodológica e prática
A partir do que foi detectado, percebeu-se a necessidade de um processo de acompanhamento pedagógico e uma nova sensibilização para os professores e essa aconteceu a partir de uma capacitação com os coordenadores pedagógicos que foram capacitados pelo MOC e assim buscaram também parceiros para que se fizesse uma sensibilização dinâmica e motivadora para os professores. Houve a contribuição do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, que em sua fala reconhece a proposta como viável e de grande importância para o município; dois coordenadores do Baú de Leitura que também é proposta do MOC contribuíram com a explanação da temática – Desenvolvimento Sustentável e demonstraram Contribuição do Baú de Leitura no desenvolvimento dos discentes, visto trabalhar com temáticas como: identidade, meio ambiente, cidadania de forma bastante lúdica. Foi apresentado também um vídeo que trouxe reflexões a cerca da identidade pessoal e a cultura local, além do cordel apresentado pelos coordenadores que serviu de abertura para o encontro retratando a história do município
Esse vídeo teve como principal objetivo refletir sobre a nossa identidade pessoal, local e a importância de uma educação contextualizada. Após a sensibilização retomou-se as visitas nas escolas que até então estavam sem acompanhamento (Mais ou menos cinco anos) acontecendo encontros quinzenais ou mensais com todo grupo na sede do município.
Através das observações pode-se perceber a necessidade de traçar ações mais diretas e assim realizou-se um plano de ação, com o objetivo de possibilitar a integração dos docentes a um processo de planejamento articulado em cada instituição escolar, na tentativa de fortalecer a compreensão e aplicação dos princípios da proposta de Educação do Campo em nosso município, visando também melhorar as práticas pedagógicas nas escolas e otimizar a organização do tempo. Foram também apontadas as seguintes ações: Planejamento e acompanhamento por nucleação, nesta ação elegeu-se um professor articulador para facilitar o contato da coordenação com os professores; organização e sistematização do plano docente, considerando estudos, seqüências didáticas, tempo, espaço e materiais para diferentes atividades como oficinas (com temáticas variadas) estratégias de um trabalho coletivo, onde todos possam desenvolver objetivos comuns as escolas e especificidades dos alunos.
Executar esse plano de ação representa um grande desafio para os coordenadores,pois somos poucos para acompanhar e subsidiar o trabalho docente de dezenas de professores no município, para facilitar a metodologia do trabalho dos professores utiliza –se um instrumento de planejamento– A ficha Pedagógica _ uma espécie de roteiro de trabalho em sala de aula, elaborado a partir de um tema da realidade, escolhido conjuntamente, é fruto de uma construção coletiva (professores dos vários municípios que reúnem-se quatro vezes ao ano para elaborá-la. Escolhe um tema comum aos municípios com alguns subtemas e cada professor pode e deve acrescentar o que achar necessário a sua classe ou retirar o que achar desnecessário.Essa atividade foi retomada para melhor entendimento dos professores através de uma oficina
Houve apresentação e discussão do principio da proposta e refletiu-se a filosofia de educação que cada um pensa ou acredita. Houve também analise da metodologia da proposta do CAT . Esse foi um momento de capacitação tanto para professores quanto para coordenadores. Muitas vezes essa capacitação é fragmentada não oportunizando a participação de todos os coordenadores, é claro que isso implica no rendimento do trabalho da equipe.

7- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Este trabalho de pesquisa parte do pressuposto de que a organização escolar estar atrelada ao corpo docente, discente e grupo gestor como um todo, oportunizando também a comunidade extra-escolar; seu trabalho caracterizado pela coordenação, organização comum das atividades didáticas e curriculares e a promoção e o estimulo de oportunidades coletivas de estudo.
Este projeto está inserido no universo da pesquisa bibliográfica e dentro desta proposta terá um embasamento teórico com consulta em diferentes fontes bibliográficas.
Serão realizados, um relato de experiência em ação, conversas informais visita as escolas rurais do município e observações, constando de registros e análises de dados que serão relevantes para esse estudo.
Referências bibliográficas:

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• TURRA, Clódia Maria Gody. ENRICONE, Délcia. SANT’ANA, Flávia Maria. ANDRÉ, Lenir Cancella. Planejamento de Ensino e Avaliação. 11ª Edição. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto. P. 304.
• GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. São Paulo: Loyola,1993.
• RAYS, Oswaldo Alonso. Planejamento de ensino: um ato pedagógico. Cadernos Didático do Curso de Pós Graduação em Educação, Santa Maria 1989.
• PADILHA, Paulo R. Planejamento Educacional: a visão do Plano Educacional para Todos: 1993-2003, 1998. (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - São Paulo.
• PORTELA, Adélia Luiza e ATTA Dilza Maria Andrade, A Dimensão Pedagógica da Gestão da Educação.in:FUNDESCOLA/MEC,2001.
• BRASIL, Constituição (1988) Constituição da Republica Federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva 2006.
• PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. 3 ed. São Paulo. Ática, 2006