segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

DIFERENTES FORMAS DE OLHAR & CONSTRUIR A PSICOPEDAGOGIA”.

PROPOSTA DE TRABALHO MUNICIPAL APRESENTADO A SEMEQ
PELA PEDAGOGOA E PSICOPEDAGOGA "KARMEM AMAMABAHY"

OBJETIVOS:

Objetivo geral:
· Atender os alunos da Rede Municipal de Ensino de Quijingue que apresentam queixas de dificuldades específicas de aprendizagem, que a prática pedagógica escolar não consegue atender as especificidades apresentadas, fortalecendo as políticas públicas orientadas pelo conhecimento e contribuindo para um ensino público de qualidade.
Objetivos específicos:
· Favorecer o processo de avaliação psicopedagógica;
· Acompanhar o aluno no seu desempenho escolar, detectando áreas de defasagem;
· Fornecer aos professores subsídios para sua pratica profissional, visando resgatar os alunos que apresentam não aprendizagens.
· Fornecer aos pais subsídios para um encaminhamento adequado no sentido da minimização dos processos concorrentes às dificuldades escolares.
· Planejar e realizar intervenções adequadas que contribuam ao desenvolvimento dos alunos não aprendizagens.

Justificativa:
O projeto tem como foco o atendimento de crianças e jovens com histórias de repetência escolar e/ou com deficiências. Além dos atendimentos a estes sujeitos, o Projeto busca atuar junto às escolas municipais da sede e as famílias responsáveis dos alunos.
Surge da necessidade de promover aprendizagem a todos e de melhorar os índices de aprovação do município.
A articulação dos professores em torno da temática da aprendizagem de todos visa à inclusão de práticas pedagógicas que melhor favoreçam trocas, promovendo um movimento de renovação na busca da construção de novas soluções, vindas da diversidade de situações e de contextos envolvidos.
A Psicopedagogia atua integradamente e associada a outras áreas do conhecimento, buscando averiguar criticamente o modo como vem sendo conduzido o processo de ensino-aprendizagem atrelada à construção do conhecimento.
O Projeto propicia aos professores um espaço de aperfeiçoamento profissional e de atuação orientada para a intervenção pedagógica.
Assim, o professor estará mobilizado na construção de um espaço concreto de ensino- aprendizagem, espaço este orientado pela visão de processo.
O psicopedagogo articula, mobiliza e escolhe a metodologia ou a forma de intervenção com o objetivo de intensificar e desobstruir ou romper a ação e facilitar a aprendizagem.
Ressalta-se que a avaliação psicopedagógica é um processo continuo que necessita do envolvimento coletivo tanto da família quanto da comunidade escolar e dos demais profissionais envolvidos no acompanhamento da criança, por isso, é possível acreditar que a avaliação e o acompanhamento, além de contribuir para que novas práticas metodológicas sejam desenvolvidas no cotidiano da escola, poderá também oferecer elementos para ações conjuntas destes diversos profissionais.

Referencial Teórico:
O pressuposto teórico importante é o da dificuldade de aprendizagem. Teóricos como Piaget, Vygotsky, Freinet, Ferreiro, Teberosky e outros, os pedagogos e professores os analisavam como insuficientes para uma intervenção ativa nessas dificuldades de aprendizagem, não levando em conta os estilos de aprendizagem e o papel do professor. Os estudos de psicopedagogia têm contribuído para compreensão dos sujeitos não-aprendentes e buscam sanar e recuperar tais problemas.
A Psicopedagogia vem contribuindo muito nas diversas instituições, onde o seu objetivo maior compreende assinalar e analisar os fatores que possibilitam, intervém ou prejudicam uma boa aprendizagem. Contudo, mesmo tendo como alvo uma avaliação psicopedagógica, não podemos anular a existência de vários fatores que determinam o sucesso ou o fracasso escolar. Dentre eles, o fisiológico, psicológico e o pedagógico que envolvem as crianças nesse meio sócio cultural. Cabe ao trabalho psicopedagógico, a percepção de dificuldades e o planejamento adequado para a avaliação, interada com outros profissionais para o maior conhecimento dos processos de aprendizagem nos seus aspectos cognitivos, emocionais e corporais. É cada vez mais comum ouvir a reclamações de professores sobre o contingente de crianças que, apesar dos seus esforços, não aprendem a ler, a ortografar, a escrever, a pensar e, principalmente, não expressam de nenhuma maneira o encanto e o prazer de aprender. Diante dos estudos sobre os distúrbios e fracassos da aprendizagem de muitas crianças, vê-se a necessidade de ouvir as crianças em suas reais condições detectando os problemas de aprendizagem que tanto podem ocorrer no início ou no decorrer do período escolar com diferenças variadas de aluno para aluno que consiste em uma séria investigação .
É a amplitude destes conhecimentos que permitirá ao psicopedagogo a compreensão do diagnóstico do caso investigado, o que favorecerá a metodologia adequada para o desenvolvimento das suas intervenções Psicopedagógicas.


As limitações e particularidades dos campos de saber permanentemente fluidos e instáveis também servem para afirmar a participação da Psicopedagogia, uma vez que a intervenção pedagógica possui efeitos na constituição da subjetividade e do laço social, da criança e da família. Busca-se fazer intercâmbio de conhecimentos e saberes onde as diferentes disciplinas possam estar se reconstruindo em cada situação trabalhada.
A contribuição do trabalho psicopedagógico na Instituição Escolar possibilita observar, refletir e mudar os diferentes funcionamentos envolvendo vários processos bem como a presença de multiprofissionais com conhecimentos e habilidades diferenciadas de acordo com o seu papel na equipe, porém articulada em torno de um só objetivo: o sucesso escolar.
Propostas de Desenvolvimento:
A metodologia do projeto compreende três etapas: a primeira destina-se a observação do contexto escolar constituindo-se numa escuta psicopedagógica da instituição para reconhecer as demandas da escola, dos professores, e dos alunos: a segunda se enquadra na efetivação do espaço de escuta psicopedagógica mediante leituras, psicodramas, dinâmicas e reflexões da prática pedagógica; a terceira etapa, paralelamente ao trabalho com os professores, consiste em atendimentos psicopedagógicos aos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. O Projeto prevê o surgimento de novos projetos, integrados às ações que ele possa desencadear. Há uma produção de saberes favorecendo trocas, promovendo um movimento de renovação na busca da construção de novas soluções, vindas da diversidade de situações e de contextos envolvidos.
Ações propostas:
Prestação de assessoria às escolas e grupos de professores, bem como a diretores de escolas, pais e alunos.

Realização de intervenções interdisciplinares com grupos de crianças, de adolescentes tidos como não-aprendentes, grupos de professores e familiares, possibilitando que o coletivo educacional reflita sobre sua função.

Acompanhamento a processos de inclusão escolar e social de crianças com necessidades educativas especiais.

Maior instrumentalização de professores e técnicos através de discussões teórico-práticas sobre a possibilidade e limites da inclusão, ensino regular ou especial de crianças e adolescentes psicóticos e autistas.

Atendimentos psicoterápicos individuais ou grupais a crianças, adolescentes, familiares ou responsáveis e professores das escolas da rede de ensino do município de Quijingue.
Esta proposta visa acompanhar o educando no seu processo de construção e transformação, respeitando-o em suas conquistas, em sua cultura, crenças, valores, componentes fundamentais de sua história
Avaliação:
A avaliação do trabalho psicopedagógico está em consonância com a proposta da Secretaria Municipal da Educação, considerando os aspectos: afetivo, cognitivo e psicomotor da formação humana, respeitando aos diferentes ritmos de aprendizagem.
Esta proposta visa acompanhar o educando no seu processo de construção e transformação, respeitando-o em suas conquistas, em sua cultura, crenças, valores, componentes fundamentais de sua história. Os resultados observados e diagnosticados serão comunicados aos professores, pais e diretores das escolas.
O referido projeto tem como proposta de avaliação exposição de dados estatísticos trimestrais e relatórios anuais dos resultados alcançados com os alunos encaminhados a intervenções Psicopedagógicas, que serão apresentados à instituição escolar e a Secretaria Municipal da Educação.
Quadro de atuação e abrangência do Projeto
Ações
Quem
Levantamento da demanda
Professores das escolas da Sede dos anos iniciais
Observação dos alunos
Escolas da sede
Encontro com os professores dos alunos indicados
Professores dos anos iniciais
Entrevista com os pais
Pais envolvidos
Organização de planos de intervenção
Psicopedagogo

Atendimento individual de alunos
Alunos
Todas as ações aqui estabelecidas se darão no decorrer do ano letivo de 2010.

Custos:
· Humanos: 40 horas semanais do Psicopedagogo;

· Local: sala, ampla, arejada, bem iluminada com banheiro e que seja de fácil acesso aos participantes do Projeto (pais, professores, alunos).

Recursos Materiais:

Material Permanente:
· Quadro branco, arquivo com porta (armário) estante com prateleiras, mesa cadeiras, bebedouro ou filtro, som (micro system).
Material de consumo:
· Papéis de diferentes tipos (branco, colorido, pautado, quadriculado de tamanhos diferenciados; Colecionador (plástico papelão e com divisões); Livros paradidáticos; Pincéis de diferentes cores (atômico); Bolas de diferentes tamanhos; Tapete EVA; Lápis de cores; Lápis de cera; Massa de modelar; Canetinhas; Pincéis hidracor diferentes cores e espessuras; Jogos de regras (damas, xadrez, entre outros); Quebra-cabeça; Tinta guache; Brinquedos (animais, carrinhos, bonecas simples); Jogos de encaixe; Jogos de madeira (construção); Alfabeto móvel (maiúsculo e minúsculo) ; Numerais; Blocos lógicos; Jogos de memória; Dominó de palavras, gravuras... Tesouras; Lápis comum; Estilete; Caixa Piagetiana.

Referências:
WEISS, Maria Lúcia L. Psicopedagogia Clínica – Uma Visão Diagnóstica – Ed. Artes Médicas, Porto Alegre, 1992.
FAGALI. Quadros Eloísa. Psicopedagogia Institucional Aplicada a Aprendizagem Escolar Dinâmica e Construção da Sala de Aula. Ed. Vozes. 6ª Edição.
PAIN Sara – Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. Ed. Artes Médicas, Porto Alegre, 1989

FERREIRO, Emília. TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre. Artes Médicas, 1991.
VYGOTSKY. L.S.A. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

ANEXOS
Avaliação e Atendimento Psicopedagogico
A área da psicopedagogia vem oferecer subsídios que possibilitem uma leitura mais minuciosa dos processos cognitivos e dos mecanismos psicológicos que estarão atrelados ao sintoma do comportamento que se faz visível na situação de aprendizagem.
Esta leitura dos processos de aprendizagem cria uma nova necessidade: a intervenção Psicopedagogica, pois feita a leitura do que esta por “traz da cena apresentada na aprendizagem é que se possibilita a construção e a sistematização de uma metodologia que visa o desenvolvimento global da criança, na sua relação com o mundo, integrando os aspectos cognitivos e afetivos.
Nosso olhar como psicopedagogico é um constante desvendar dos conteúdos específicos, buscando abstrair dos mesmos, conceitos implícitos, mecanismos operatórios e, sobretudo a maneira como se dá a construção desse conhecimento, assim como seus vínculos afetivos.
Durante todo processo de acompanhamento o psicopedagogo observará: distúrbios de leitura e escrita; a Psicomotricidade; percepção e descriminação visual e auditiva; coordenação global, fina e óculo-manual; a função simbólica dentro do desenvolvimento psicomotor; percepção espacial; orientação e ralação espaço-temporal; aquisição e articulação de sons e palavras novas; elaboração e organização mental; atenção e concentração; raciocínio lógico; percepção pessoal e familiar; construção cognitiva; construção de vínculos afetivos, sociais e escolares.

Objetivos:
Favorecer e auxiliar aqueles indivíduos que se sentem impedidos para o saber.
Auxiliar indivíduos com transtornos de aprendizagem.
Reintegrar o sujeito da aprendizagem a uma vida escolar e social tranqüila, bem como, a uma relação mais afetiva consigo e com o outro.
Levar o indivíduo ao reconhecimento de suas Potencialidades.
Auxiliar o indivíduo no reconhecimento dos limites e como interagir diante deles.
Ajudar o indivíduo na busca de alternativas para alcançar o saber.
O atendimento psicopedagogico individualizado é composto de duas etapas:
Avaliação e Intervenção.
Avaliação:
Será processual, em forma de revisão critica e através das entrevistas. Observações e acompanhamento realizados constantemente com os alunos. Na busca de um diagnostico aplicamos testes e avaliações que nos darão subsídios e nos permitirão elaborar um parecer tanto para os pais como para os profissionais de educação diretamente ligados a criança ou jovem.
A avaliação é composta por no mínimo 2 e no máximo 5 encontros semanais. Desses encontros, dois são dedicados aos pais e/ou responsáveis, filhos quando necessário e a criança ou jovem que realizara os testes.
No primeiro encontro faremos a entrevista com os pais e/ou responsáveis, bem como, com a criança. E no ultimo encontro daremos a devolutiva tanto para os pais como para a criança, ou seja, estaremos devolvendo o resultado das avaliações e também do nosso parecer e indicações. Será entregue um relatório para a instituição de ensino com parecer do psicopedagogo, com o objetivo de criar parcerias no momento da construção do saber da criança ou jovem em questão.


Intervenção:
Esse é o momento do atendimento, posterior ao diagnostico, em que passamos a desvendar e intervir junto ao sujeito da aprendizagem. Após aproximadamente 10 atendimentos os pais ou responsáveis terão uma devolutiva do trabalho que vem sendo desenvolvido, bem como, dos progressos e resultados.
Durante a intervenção a instituição de ensino também receberá nossos relatórios e visita como continuidade da parceria proposta na avaliação.
A proposta Psicopedagogica tem o objetivo de trabalhar em parceria com as escolas oferecendo um olhar diferenciado ao aluno, bem como, para com seu desempenho, potencialidades e dificuldades. Buscamos através do contato com a família e com profissionais ligados a educação entender melhor a criança que apresenta dificuldades no processo de ensino e aprendizagem para com maior eficiência articular, redirecionar e sanar suas dificuldades.

O aspecto institucional, como já mencionado, acontecerá em escolas e organizações educacionais e esta mais voltada para a prevenção dos insucessos relacionais e de aprendizagem, se bem que muitas vezes, deve- se considerar a prática terapêutica nas organizações como necessária.
É possível perceber que a psicopedagogia também tem papel importante em um novo momento educacional que é a inserção e manutenção dos alunos com necessidades educativas especiais (NEE) no ensino regular, comumente chamada inclusão.
Entende-se que colocar o aluno em NEE em sala de aula e não criar estratégias para a sua permanência e sucesso escolar inviabiliza todo o movimento nas escolas.
Faz-se premente a necessidade de um acompanhamento e estimulação dos alunos com NEE para que as suas aprendizagens sejam efetivas.

ÈTICA PROFISSIONAL:
Os psicopedagogos devem seguir certos princípios éticos que estão condensados no Código de Ética, devidamente aprovado pela Associação Brasileira de Psicopedagogia, no ano de 1996.
O Código de Ética regulamenta as seguintes situações:
Os princípios da Psicopedagogia;
As responsabilidades dos Psicopedagogos;
As relações com outras profissões;
O sigilo;
As publicações científicas;
A publicidade profissional;
Os honorários;
As relações com a educação e saúde;
A observância e cumprimento do código de ética; e
As disposições gerais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário