segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA NO PASSA E FICA

A natureza é a fonte de todos os recursos que necessitamos para viver. É um patrimônio que possibilita aos seres humanos uma vida saudável. Nos últimos séculos, um modelo de civilização se impôs, trazendo a industrialização, com sua forma de produção e organização do trabalho levando a necessidade de estimular o consumo. Para dar conta da produção em massa a economia capitalista teve de criar a sociedade de consumo. O meio ambiente foi o primeiro a sofrer as conseqüências desta aceleração na produção e no consumo. A sociedade humana, especialmente nas áreas urbanas, vivencia, diariamente, os efeitos do uso abusivo dos recursos naturais, na medida em que a produção e o consumo se aceleram e a produção de lixo se transforma num grande problema. O presente trabalho teve objetivo esclarecer, conscientizar e ensinar alunos das Escolas públicas e privadas do município de Passa e Fica – RN, localizado na Mesorregião do Agreste Potiguar, sobre a necessidade de preservação, conservação e manutenção do meio ambiente livre dos resíduos sólidos produzidos pela sociedade e posteriormente, adotar um sistema de coleta seletiva de quatro materiais recicláveis: Lata de alumínio, plástico, papel e vidro, como também buscar medidas adequadas para o lixo orgânico provenientes do resto de alimentos. Sabemos que vários avanços foram realizados para amenizar os problemas decorrentes do lixo, como a deposição do lixo em áreas monitoradas, como os aterros sanitários, mas sua vida útil é curta, se considerarmos a capacidade de produção dos resíduos sólidos pela sociedade moderna.
Introdução
A natureza é a fonte de todos os recursos que necessitamos para viver. É um patrimônio que possibilita aos seres humanos uma vida saudável. À medida que a humanidade aumenta sua capacidade de intervir na natureza para a satisfação de necessidades e desejos crescentes, surgem tensões e conflitos quanto ao uso do espaço e dos recursos em função da tecnologia disponível, assim, agredindo o meio ambiente estamos iniciando um processo de destruição.
Nos últimos séculos, um modelo de civilização se impôs, trazendo a industrialização, com sua forma de produção e organização do trabalho levando a necessidade de estimular o consumo. Para dar conta da produção em massa a economia capitalista teve de criar a sociedade de consumo.
A propaganda entrou de sola para nos convencer de que mais importante do que “ser” é “ter”. Milhares de produtos chegam aos mercados diariamente, dos mais aos menos sofisticados, e num curto período outros produtos são lançados e suas vantagens e superioridades são apresentadas ao mercado.
Para Scarlato & Pontin (1992, p.52), “Os habitantes da nova sociedade, principalmente aqueles das grandes concentrações urbanas, dispõem de uma gama muito variada de artigos de consumo, para isso, limitam-se a acrescentar pequenas modificações em modelos antigos, que são acondicionados em novas e atraentes embalagens”.
A obsolescência tecnológica e a vida útil das mercadorias da revolução técnico – científica são quase tão velozes quanto à capacidade de comunicação dos tempos modernos. Com tremenda rapidez somos convidados a substituir artigos “velhos” por “novos”.
O que aconteceu com o meio ambiente
O meio ambiente foi o primeiro a sofrer as conseqüências desta aceleração na produção e no consumo. Mas a sociedade humana, especialmente nas áreas urbanas, vivencia, diariamente, os efeitos do uso abusivo dos recursos naturais, na medida em que a produção e o consumo se aceleram e a produção de lixo se transforma num grande problema.
Sabemos que vários avanços foram realizados para amenizar os problemas decorrentes do lixo, como a ordenação da deposição do lixo em áreas monitoradas, como os aterros sanitários, mas sua vida útil é curta, se considerarmos a capacidade de produção dos resíduos sólidos pela sociedade moderna. Além disso, o lixo produzido é recurso jogado, literalmente, fora, árvores derrubadas, minérios extraídos do subsolo, alimentos desperdiçados.
O processo de decomposição da matéria orgânica tem início em poucas horas e os inorgânicos levarão até séculos para serem absorvidos pela a natureza.

Parece-nos que uma solução bastante razoável, a partir da qual se leva em conta, ao menos, a redução do uso de recursos naturais e os problemas relativos ao destino do lixo, são a seleção e reaproveitamento de materiais.
Em várias partes do mundo e em algumas localidades do Brasil a coleta seletiva é uma realidade. Com ela dá-se a determinados materiais um destino mais proveitoso e ecologicamente correto, a reciclagem, considerada a mais adequada, por razões ecológicas e econômicas (SCARLATO & PONTIN, 1992, p.58).
Segundo dados do IBGE (2000), 70% do lixo são destinados aos lixões e alagados, 20% são lançados diretamente nas vias públicas e apenas 5% são selecionados. Assim, 90% do lixo que é jogado não recebem tratamento adequado nos lixões.
Considerado como uma forma mais antiga de disposição do lixo, o lixão se constitui a maneira mais usada no mundo e no Brasil, e vem trazendo cada vez mais inúmeros problemas ao meio ambiente entre eles o surgimento de maus odores e, principalmente a poluição do solo, das águas superficiais e subterrâneas através do chorume, além da proliferação de doenças através de vetores como: as moscas, mosquitos, baratas, ratos etc. que acarretam vários problemas à saúde da população.
A importância da Educação Ambiental
Desde a Cúpula da Terra, realizada há dez anos no Rio de Janeiro, que a preocupação de escala internacional sobre a Educação Ambiental vem-se acentuando. Entidades ambientalistas profissionalizam-se, organizam-se e têm-se mostrado instituições com grande responsabilidade na preservação do planeta. No entanto tudo isso ainda é pouco. Apenas uma progressiva conscientização sobre a questão ambiental, uma mudança de mentalidade, aliada á busca de novas tecnologias, pode levar-nos a preservar o lugar em que vivemos. Diante dessa realidade, a Educação Ambiental vem sendo considerada cada vez mais urgente e de grande relevância para a sociedade atual. Preservação, conservação, desenvolvimento sustentável, qualidade de vida, são conceitos que devem fazer parte do nosso cotidiano.
A educação ambiental surge como objetivo de suprir uma necessidade de ação, entre missionária e utópica, destinada a reformular comportamentos humanos e recriar valores perdidos ou jamais alcançados (AB’SABER, 2000).
Acreditamos que somente quando o cidadão se incluir e perceber seu espaço vivido na tão debatida questão ambiental é que começará a agir mais adequadamente. Neste caso, a escola tem grande contribuição a dar na construção da consciência ambiental, preparando futuros cidadãos a perceber este espaço e atuar sobre ele de forma mais consciente. Além disso, a criança e o jovem que estão na escola funcionam como agentes multiplicadores de atitudes, por assim dizer, ecologicamente correta. A escola deve funcionar como “laboratório” onde se pode sempre experimentar. A Educação Ambiental é necessária para alcançar tal objetivo. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB, nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, estabelece:
A educação ambiental será considerada na concepção dos conteúdos curriculares nacionais de todos os níveis de ensino (...) implicará desenvolvimento de hábitos e atitudes sadias de conservação ambiental e respeito à natureza a partir do cotidiano a vida escolar e da sociedade.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s (Meio Ambiente/Saúde), de 1997, estabelece:
O trabalho de educação ambiental deve ser considerado a fim de ajudar os alunos a construírem uma consciência global das questões relativas ao meio para que possam assumir posições afinadas com os valores referentes à sua proteção e melhoria.
Partindo destes pressupostos, o presente trabalho teve objetivo esclarecer, conscientizar e ensinar alunos (crianças, jovens e adultos) das Escolas públicas e privadas do município de Passa e Fica – RN, localizado na Mesorregião do Agreste Potiguar, sobre a necessidade de preservação, conservação e manutenção do meio ambiente livre dos resíduos sólidos produzidos pela sociedade e posteriormente, adotar um sistema de coleta seletiva de quatro materiais recicláveis: Lata de alumínio, plástico, papel e vidro, como também buscar medidas adequadas e soluções para o lixo orgânico provenientes do resto de alimentos.
Fazendo e refletindo Educação Ambiental no município de Passa e Fica - RN
O projeto foi realizado em duas etapas. Primeiramente, aconteceram à fase do planejamento, pesquisa bibliográfica, e reuniões com a equipe docente das escolas participantes. Ao longo das reuniões, aconteceram a elaboração do material informativo, visitas “in loco” ao lixão da cidade, capacitação dos professores, reavaliação das unidades didáticas, metodologias de trabalho dentro e fora da sala de aula, entre outras atividades.
A capacitação dos professores ocorreu no período de 03 de março a 21 de abril de 2002, totalizando cinco encontros, com periodicidade quinzenal, aos domingos, com carga horária total de 20 horas-aulas (4 horas – conceitual e 16 horas – atividades práticas), onde foram realizadas palestras, gincanas, desenvolvimentos de atividades, que posteriormente seriam realizadas com os alunos.
Na segunda etapa, aconteceram as atividades dentro e fora da sala de aula, foram trabalhadas por todo o corpo docente das escolas participantes e concentradas no período de três meses. Nesse período, foram realizadas visitas “in loco” ao depósito de lixo da cidade, onde os alunos e professores observaram a deposição dos resíduos sólidos e seus possíveis impactos ao ambiente local. Foram feitas também, visitas domiciliares com os alunos com o propósito de sensibilizar e divulgar o projeto através da distribuição de folhetos informativos sobre a importância da coleta seletiva e orientações à sociedade para separar corretamente os materiais recicláveis.
Resultados preliminares
Ao término deste trabalho, evidenciaram-se comprometimento e mudanças de atitudes e comportamentos por parte dos alunos e do corpo docente, exemplos efetivos de cidadãos comprometidos com um ambiente saudável.
É preciso ainda, que a sociedade reivindique junto ao poder público, responsável pela limpeza pública municipal, soluções que possam amenizar e/ou solucionar a problemática do lixo, através de projetos de Educação Ambiental, oficinas e cursos voltados para a capacitação e aperfeiçoamento na área.
Ao fim dessas considerações, pode-se concluir que a formação da consciência ambiental de nossa juventude e o desenvolvimento do exercício de sua cidadania passa pela transformação da “escola informadora” em “escola formadora”. Esta será capaz de construir uma consciência ambiental efetiva. Este é o desafio que o início do século XXI coloca para a Escola enquanto “espaço” de exercício de cidadania.

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